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domingo, 5 de dezembro de 2010

Aids ainda mata

Por Carlos Gutemberg




Primeiro de dezembro é o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, data que serve para conscientizar as pessoas quanto à necessidade da prevenção, o aumento da compreensão sobre a doença e o reforço no combate ao preconceito sofrido pelas pessoas infectadas pelo vírus.



A aids é causada pelo vírus HIV, que ataca o sistema imunológico. A cura ainda não foi descoberta. De acordo com o último Censo Brasileiro, em 2009, o País tinha cerca de 630 mil pessoas infectadas. A região Sudeste é a que tem o maior percentual, com 59% do total de casos, seguida pela região Sul, que concentra 19% dos casos. O Nordeste possui 12% dos soropositivos, o Centro-Oeste, 6%, e a região Norte, 4%.



Segundo informações do Ministério da Saúde, independentemente da faixa etária, as mulheres usam menos preservativos que os homens em suas relações. Enquanto 57% deles assumem que não se previnem em todas as relações sexuais, esse número dispara para 75% entre elas. Os dados também indicam que as mulheres mais velhas são as mais afetadas pela doença. Em 2007, a taxa de incidência da aids em senhoras acima de 50 anos praticamente dobrou em relação a 10 anos antes, passando de 5,2 para 9,9 casos por 100 mil habitantes.



Em 2003, o grupo internacional de comunicação BBC encomendou uma pesquisa sobre a percepção das pessoas em 15 países sobre a aids. O estudo revelou que 61% dos brasileiros abordados não acreditavam que a doença poderia provocar a morte das pessoas infectadas. O Brasil foi o país que demonstrou maior ignorância quanto às consequências do HIV para o ser humano.



Resta saber se após 7 anos houve alguma mudança na mentalidade da população com relação às verdadeiras implicações causadas pela doença. Na opinião do infectologista Max Igor Lopes – membro da Casa da Aids do Hospital das Clínicas de São Paulo –, ainda existe certa sensação de segurança por parte de alguns, que tratam a possível contaminação como um problema menor.



“Observamos na convivência e no contato com novos pacientes infectados pelo vírus HIV que muitos acabam se expondo mesmo tendo conhecimento dos riscos envolvidos. Se por um lado é positivo termos um tratamento eficaz no controle da doença, esse aspecto torna-se negativo, por conta da falsa sensação de que, hoje, trata-se de um problema controlável”, atesta Lopes.



O impacto ainda é muito grande na vida daqueles que são acometidos pela doença. Por mais que o combate ao HIV tenha evoluído, do ponto de vista do tratamento, a aids, por ser geralmente transmitida via relação sexual ou pelo uso de drogas, é uma doença associada a uma imagem muito negativa.



“Existe certa marginalização das pessoas infectadas pela doença. Assumir-se portador do vírus HIV não é algo simples de se fazer. Há um estigma muito grande e a aceitação das pessoas em volta não é plena, pois existe o medo do contágio”, afirma o médico.



Há também uma mudança na qualidade de vida da pessoa infectada, uma vez que ela passa a fazer uso de uma quantidade de medicamentos em horários regulares. “O soropositivo precisa realizar exames com frequência. Para ele, não é fácil entender que está doente, pois nem sempre isso é perceptível. É algo que envolve a própria aceitação da doença, o modo como a contraiu, entre outras coisas. Às vezes, o próprio paciente é o primeiro a ter preconceito consigo mesmo”, ressalta o infectologista.



A aids não tem cara

O conceito de grupo de risco foi derrubado há algum tempo. Hoje as autoridades de saúde pública trabalham alertando sobre o comportamento de risco. “Claro que existem grupos mais vulneráveis quanto à exposição e transmissão do vírus. Os chamados profissionais do sexo, por exemplo, nem sempre têm autonomia quanto ao uso do preservativo. Mas isso não exclui casos excepcionais, como os das mulheres casadas infectadas pelos maridos, que trazem a doença de relações extraconjugais”, alerta Lopes.



A promiscuidade, a prostituição, o uso de drogas e a marginalização são considerados os principais comportamentos de risco. “Vale ressaltar que a aids não tem cara. Por isso, é aconselhável que, antes de assumir uma relação, os parceiros façam um teste de HIV, para que ambos possam se sentir seguros”.



A aids ainda mata. De acordo com dados da Casa da Aids, a taxa anual de mortalidade dos pacientes infectados gira em torno de 5%. Normalmente isso ocorre com pacientes que são diagnosticados tardiamente, e passam a se tratar já muito doentes. Também há aqueles que, apesar de terem sido diagnosticados precocemente, não conseguem fazer uso dos medicamentos corretamente.



Segundo o infectologista, uma pessoa na faixa etária acima dos 20 anos, que é diagnosticada com a doença, mas possui uma taxa de imunidade com o valor razoável, tem uma expectativa de vida igual a da população em geral. Por outro lado, se a pessoa não sabe que tem a doença, ou não faz o uso da medicação regularmente, as chances de sobrevida dela são muito pequenas.



FONTE: ARCA UNIVERSAL

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