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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Noé, o futurista

Por Jaqueline Corrêa





“Disse o Senhor: Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os répteis e as aves do céu; porque me arrependo de os haver feito. Porém Noé achou graça diante do Senhor. (...) Noé era justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus.” (Gênesis 6: 7-9)



Noé, conforme diz a Bíblia, andava em retidão. Em meio a uma população cheia de descrença, maldade e violência, ele conseguia manter-se justo em relação aos homens. Além do mais, era íntegro e exemplar em suas ações.



É o que vivemos hoje. Um mundo carregado de preconceitos, violência, maldade. São pais entristecidos com os filhos nas drogas ou por envolvimento em confusões; filhos revoltados pela falta de atenção; professores temendo dar suas aulas; e alunos apavorados com a covardia de outros alunos. E assim, o mundo, tal qual uma cebola, vai descamando até o centro, que culmina na falta de compaixão em todos os sentidos.



Naquele tempo, Deus sentiu tamanha decepção com a maldade dos homens, que o dilúvio foi a única forma que encontrou de exterminar a raça que criou. Mas Ele viu em Noé uma esperança. Acima de toda a fúria de Deus, estava a Sua justiça, porque observou na terra alguém diferente, um paralelo ao fim. Alguém que exalava um perfume de gratidão e sinceridade, suavizando a Sua ira.



Talvez Noé, se estivesse vivo hoje, teria as mesmas dificuldades que teve no seu tempo. Certamente, ele procuraria manter uma vida digna, justa e dedicando-se a dar exemplos bons aos filhos, netos, bisnetos, vizinhos, conhecidos ou não. Mas ele saberia também que não seria fácil manter esse equilíbrio interior, porque as forças opostas, que trabalham uma contra a outra, lutariam para vê-lo pender para um dos lados de qualquer maneira.



Então, o que mudou de lá para cá? No que o mundo melhorou? A cada ano coisas piores acontecem e vemos acontecer, fora as que não são anunciadas. A cada dia nos surpreendemos mais e mais com o alheio e nos atemorizamos quando o alheio torna-se nosso. E nesses dias, matando um leão por hora, temos que ter a capacidade de Noé de não desistir de prosseguir. Porque mesmo em meio a chacotas e indiferenças, ele foi até o fim, para seguir o propósito de Deus em construir a arca.



Noé, mesmo estando só, apenas contando com sua ousadia e determinação, acreditou na proposta futurista de Deus. Afinal, a arca era uma espécie de navio cargueiro no início da humanidade. Se ele tivesse desanimado, ou desobedecido, a raça humana, talvez, tivesse terminado ali. Mas ele seguiu em frente, olhando para o futuro e obedecendo sem questionar.



Os “Noés” de hoje são equilibrados em tudo. Buscam ser justos ao máximo que podem. E são ousados e independentes também. Os “Noés” de hoje olham à frente do seu tempo e enxergam sempre com disposição uma solução para o caos.



FONTE: ARCA UNIVERSAL

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