O ator Sergio Britto resolveu contar seus 65 anos de carreira no livro O Teatro & Eu - Memórias. A obra, escrita em primeira pessoa, conta sua trajetória nos palcos. Em conversa com o R7, além de falar sobre o livro, o ator de 86 anos revelou que não pretende voltar à TV.
- A TV teve uma participação importante na minha carreira, mas não pretendo voltar à televisão.
Ao rever seus feitos, Britto chegou à constatação de que “tudo passou muito rápido”.
- A vida foi me empurrando, ou melhor, eu empurrei a vida.
O livro de Britto recebeu aplausos da classe artística. O veterano Paulo Goulart, que foi autografar seu exemplar na última segunda (31), ao lado da filha Beth, no lançamento paulistano, elogiou a iniciativa.
- Alguém com tanto para contar, imortalizando suas experiências, é o que faz do teatro uma profissão única. A imortalidade do teatro está expressa no livro do Sergio Britto.
Veterano, Britto fez parte dos mais importantes movimentos teatrais brasileiros, como o Teatro Brasileiro de Comédia, o Teatro de Arena e Teatro dos Sete. Ao R7, ele conta que, aos estudantes que chegam até ele em busca de orientação, responde com questionamentos.
- Eu pergunto: Você já leu Shakespeare? Quantas peças? E Tchekhov? Becket?... O teatro deve ser a razão da vida do ator. Se assim não for, você não pertence ao teatro.
E o teatro trouxe a Britto uma turma que, das coxias teatrais, passou a fazer parte da sua vida.
- Fernanda [Montenegro] é mais que uma colega de profissão. Eu a conheço desde 1954, tá bom pra você?
Mesmo dono de uma das trajetórias mais expressivas do teatro nacional, que culmina com o Prêmio Shell de melhor ator em 2009, por conta de sua última montagem, A Última Gravação de Krapp, Britto nem pensa em parar. Ainda este mês, começa a ensaiar a peça Recordar É Viver, de Eduardo Tolentino. Este, que foi aluno de Britto em 1979 é só elogios ao mestre.
- As pessoas tinham medo de que não nos déssemos bem, mas trabalhar com ele é muito gostoso. Nossa relação de trabalho é muito boa e hoje, sem dúvidas, além de colegas de trabalho, somos grandes amigos.
E se alguém questiona se Britto já chegou na idade do descanso, ele responde, sem pestanejar.
- Aposentar não passa pela minha cabeça.
FONTE R7
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