Pela segunda vez consecutiva, Natália do Vale interpreta a mãe de protagonistas de uma novela das nove. Em "Insensato Coração", da Globo, a atriz vive Wanda Brandão, mãe de Pedro (Eriberto Leão) e Léo (Gabriel Braga Nunes). Enquanto Pedro é o mocinho da trama de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, o outro filho, Léo é o problemático que tem total atenção da personagem de Natália. "Ela pensa que Léo é menos favorecido, que tem menos sorte ou menos preparo. Quero acreditar que esta é uma atitude normal de uma mãe, de querer proteger o filho que está menos favorecido pela natureza ou vida", avalia.
O caráter duvidoso de Léo é só um dos problemas que a personagem de Natália vai enfrentar na trama. Logo nos primeiros capítulos, Wanda é flagrada --pelo próprio marido Raul (Antônio Fagundes)-- na cama do cunhado Humberto (José Wilker). "A Wanda é frágil, fraca. Só posso imaginar isso pela forma com que ela trai o homem que ama. Não tenho palavras para defendê-la, mas gostaria de encontrar", diz aos risos. Com mais vários personagens de destaque no currículo, Natália do Vale garante ser muito crítica com o próprio desempenho. "Acho que faz parte do trabalho do ator e é algo instigante que faz a gente melhorar sempre", afirma.
Ao longo dos mais de 36 anos de carreira, você é conhecida por personagens marcantes como a Márcia de "Água Viva", de 1980, e a Sílvia de "Mulheres Apaixonadas", de 2003. Quais foram os fatores principais para aceitar este papel em "Insensato Coração"?
O Gilberto foi praticamente a pessoa que me lançou no mercado e nunca trabalhei com o Dennis Carvalho. Achei isso irresistível. Não consegui deixar de pensar em fazer esta novela. Além disso, essa personalidade fraca de Wanda me seduziu. Nunca tinha feito uma personagem tão frágil, tão fraca, tão humilhada assim.
Em 1986, você interpretou uma vilã que marcou a sua carreira, a Andréia de "Cambalacho". De que forma você encara este tipo de personagem e como é a reação do público em relação às suas vilãs?
Acho que as vilãs mobilizam muito a opinião pública. As pessoas tendem a lembrar mais das personagens más e a Wanda, de "Insensato Coração", vai ficar na memória de todos. Só na primeira semana, ninguém vai esquecer da personagem que estava na cama com o cunhado e foi flagrada pelo marido. Acho que essa cena todo mundo vai lembrar (risos).
Seus papéis de intensa carga dramática são bem dosados com cenas de choro. É fácil fazer uma cena que envolve tamanho esforço? Como funciona sua técnica para buscar emoção e consequentemente o choro?
É engraçado, pois ouço muita gente falar sobre o meu choro há muito tempo. Acho que tem uma coisa de técnica, mas tem muito de concentração. Quando você entra naquele personagem e esquece a forma, se está bonito ou feio, se está posicionado direito. Você se concentra, entra na emoção e o choro brota porque ele vem de uma emoção que você está sentindo.
Sua estreia no cinema aconteceu com "Kilas, o Mau da Fita", de José Fonseca e Costa, em 1981. Em seguida participou dos longas "Pra Frente Brasil", de Roberto Farias, em 1982, e "Polaróides Urbanas", de Miguel Falabella em 2008. Desde então tem se dedicado ao teatro e à televisão. É uma preferência sua?
Fui pouco convidada para cinema. Alguns convites não foram legais e convites bacanas foram poucos. O cinema me esnobou. Estou onde me procuram, onde me querem. Eu gosto de quem gosta de mim. Cinema me procurou pouco e fiz pouco. Teatro me procura mais e a tevê me mobiliza mais. Convivo muito bem com isso. Sou uma atriz de teatro e de televisão. E o cinema é sempre um "plus".
Fonte: UOL TV
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