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domingo, 30 de janeiro de 2011

Fernando Pavão

Por Elliana Garcia / Fotos: Michel Angelo



O paulistano Fernando Pavão, de 40 anos, que dá vida ao personagem bíblico Sansão, na minissérie Sansão e Dalila, da Rede Record de Televisão, só tem motivos para comemorar. No âmbito pessoal, curte um casamento estável e há 1 mês tornou-se pai. No profissional, colhe o reconhecimento por seu trabalho na minissérie. Em entrevista ao Arca Universal, o ator, simpático e de fala mansa, nos conta como se preparou para este papel, o que aprendeu com Sansão e dá detalhes dos bastidores da produção, que arrancou elogios do público e crítica.




Como surgiu o convite para interpretar o Sansão?



A produção fez teste com muitos atores. Eu fiz três testes ao todo. Foi um processo lento. Demorou 1 mês entre o teste e a decisão de que eu havia sido o escolhido para viver o Sansão. Mas eu estava com muita vontade de fazer esse personagem e acreditava que iria dar certo.



Desde quando vocês estão envolvidos na produção da minissérie?



Fizemos vários workshops para aprender como as pessoas viviam naquela época, e no final de julho de 2010 começaram as gravações. Gravamos a última cena no final de janeiro de 2011.



Você teve que colocar aplique nos cabelos. Isso te incomodou? O que mais você teve que fazer por conta desse personagem?



Olha, o aplique, ou megahair, não é a coisa mais confortável do mundo. Cada sessão dura de 7 a 8 horas, fora a manutenção. E eu tive que fazer isso por três vezes. Eu queria fazer as cenas naturalmente, e Sansão possuía as famosas sete tranças. Queria me acostumar primeiro com todo aquele cabelo, para quando entrasse em cena fosse o mais natural possível. O diretor João Camargo me pediu que eu intensificasse o treinamento físico, pois havia muitas cenas de luta, cenas que exigiam que eu estivesse bem preparado fisicamente. E eu tive que correr atrás disso também.



O que você aprendeu com Sansão?



Muita coisa. Tentar resumir isso é um pouco difícil. Mas acho que ele me trouxe um amadurecimento como ator. Exigiu de mim coisas como concentração e até mesmo superar os meus próprios limites de cansaço. Em alguns momentos, eu estava exausto, muito cansado, dormia pouco, gravava bastante. Chegava a gravar 14, 15 horas por dia. Então, como superar esses limites sem comprometer a qualidade do trabalho? Acho que aprendi isso, que com persistência e determinação pode-se chegar ao final da jornada. Eu coloquei para mim que a jornada do Sansão seria uma jornada minha também. Fiz um paralelo entre a jornada do personagem e a minha pessoal.



Quais as dificuldades que vocês enfrentaram em cenas externas?



Nós gravamos no Ceará, Rio Grande do Norte e Minas Gerais. Nesses lugares, tivemos uma pequena noção das condições em que as pessoas viviam na época. As dificuldades foram muitas. Um vento incessante que carregava areia e era difícil fazer as cenas com os olhos abertos. O personagem também fazia longas caminhadas. Andar muito por dunas, descer e subir falésias. Eram condições adversas para se gravar, mas isso enriqueceu muito para fazer o personagem.



Qual a parte mais emocionante dessa história?



Essa é uma história de muitos momentos emocionantes. A relação dele com o pai, Manoá, é muito bonita. Quando ele conhece Ieda, sua primeira esposa. O encontro com Dalila, a revelação da traição dela. Foram alguns momentos bem fortes.



Quais os erros e as qualidades do Sansão, na sua opinião?



Olha, é tão difícil colocar como erros e qualidades. Sansão foi um personagem que se permitiu viver o seu sonho. Ele foi o primeiro a sair de sua aldeia. O povo hebreu não se aventurava muito a ir para outros lugares por conta da opressão dos filisteus, e Sansão foi o primeiro que rompeu com isso. Esse rompimento lhe traz muitas alegrias, com o fato de conhecer Ieda, e também trouxe várias coisas que lhe fizeram sofrer.



A força de Sansão, simbolicamente, estava nos cabelos. E você, de onde tira forças para enfrentar as dificuldades da vida?



Do mesmo lugar que a dele, pois a força dele na verdade está na fé. O cabelo simboliza a fé. Como ele é um nazireu (prometido), não pode cortar o cabelo. Mas a força de verdade dele está na fé, que eu acho que é onde está a minha também.



Como tem sido a reação do público?



Muito boa mesmo. A minissérie pega as pessoas por uma coisa muito humana. As relações foram muito bem construídas, tanto pela dramaturgia, no texto, quanto na hora das cenas. Tudo isso, fruto do trabalho que toda a equipe fez antes, de preparação, de comprometimento. E isso tudo intensifica as relações e o resultado ficou impresso na tela.



Como é a sua vida longe do trabalho?



Minha vida é muito tranquila quando não estou trabalhando. Fazendo algum trabalho é uma loucura, então procuro ter o meu momento de equilíbrio. Gosto muito de ficar em casa com a minha mulher e meu filho. Poder fazer as coisas do dia a dia. É nisso que tenho o maior prazer.



Depois da minissérie, o que você pretende fazer?



Quero descansar um pouco. Viajar com a família e depois fazer teatro e cinema.



Baseado no que você aprendeu com Sansão, que recado deixa para os nossos leitores?



O que Sansão teve e que o moveu durante toda a sua trajetória e que a mim move também é a fé. A gente nunca pode deixar de ter fé, pois é a ela que nos faz acreditar em um futuro melhor, ir adiante, em busca de novos sonhos. Então, o meu recado é esse, que podemos perder muitas coisas na vida, menos a fé.




FONTE: ARCA UNIVERSAL

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