A DESPEDIDA DE UM SERIADO

O episódio do final da sexta temporada de “Desperate housewives” diz muito dos caminhos pelos quais os roteiristas resolveram embicar de uns tempos para cá. O programa começou como uma espécie de retrato da hipocrisia na aparentemente idílica suburbia americana. Mas, aos poucos, foi abandonando os dilemas morais para abraçar tramas de suspense — eventualmente com alguma violência. Funcionou. O encerramento de “Desperate” foi o paroxismo disso: derramaram muito sangue e lágrimas (mais sangue que lágrimas).




Porém, o fato de um episódio final ser o resumo do espírito da temporada inteira nem sempre se manifesta de maneira positiva. No caso de “Brothers & sisters”, faltou $ao desfecho da quarta temporada. Um reflexo do que vem acontecendo desde o início do ano: histórias que não desengomam e tramas aparentemente esgotadas. É pena, mas ainda assim esse seriado-novelão merece toda a atenção do espectador. Tem grandes atores e bons momentos.



Agora estou quase terminando a última temporada de “Lost”. Para uma produção que brincou com tudo menos com a coerência, qualquer desfecho é possível e promissor. No caso de “Lost”, prevalece uma certa saudade prévia, mesmo sentimento que tive nos últimos episódios de “Família Soprano”. Ainda que o final não venha a responder a todas as dúvidas, ok. Essa foi uma das graças de “Lost”.



FONTE PATRICIA KOGUT