Por Rachel Clark/IFA
Mel Gibson, 54 anos, é um novo homem. Após três anos sem beber álcool, terminar um casamento de 28 anos e enfrentar um divórcio que pode lhe custar 400 milhões de dólares, o astro teve a primeira filha, Lucia, com a nova namorada, a cantora russa Oksana Grigorieva, 39, em novembro passado. O ciclo de renovação se completa com sua volta como ator. Foram sete anos dedicados à direção e nenhum papel em Hollywood. O hiato é interrompido com O Fim da Escuridão, thriller dirigido por Martin Campbell (007 - Cassino Royale), no qual Gibson faz um policial em busca de vingança pela morte da filha. ''Gosto de fazer filmes assim, porque eles me assustam'', explica Mel.
Qual a sensação de voltar à atuação?
Incrível. Foi meio como andar de bicicleta, você nunca esquece. O engraçado é que não foi necessariamente o projeto que me trouxe de volta, apenas senti que era a hora de retornar.
O diretor disse que você não tem problemas de vaidade.
Sim, estou bonitão no filme, não é (risos)? Eu estou nojento, acabado e mais velho. É uma parte natural da condição humana. O que eu vou fazer, plástica? Seria muito estranho. E dolorido. Além disso, não dá para voltar atrás.
Por que esse repentino desejo de voltar a atuar?
É mais lucrativo e mais fácil (risos).
Você parece atraído por personagens sombrios e depressivos. Por quê?
Não sei. Acho que sou atraído pelo o quê me assusta. Gosto de fazer filmes sobre meus medos.
O que você pode falar sobre a polêmica no México, onde as pessoas protestaram contra a remoção de prisioneiros de um presídio para que servisse de locação de seu novo longa como diretor, How I Spent My Summer Vacation?
Está tudo resolvido agora. Eles iam esvaziar aquele presídio de qualquer maneira. Já era hora de derrubar aquilo e acho que o governo já ia transferir os presos. Não tem nada a ver comigo.
É verdade que você escreveu dois poemas e dirigiu quatro clipes para o disco de sua namorada, Oksana?
É verdade. Acho que ela é uma tremenda artista como compositora e letrista. Tem treinamento clássico e pode tocar Rachmaninoff e Chopin. É lindo. Então, Oksana escreve essas canções modernas, que são meio complicadas. Eu a ajudei nas letras de algumas delas.
Você acabou de ser pai novamente. É diferente dessa vez?
É, porque estou diferente. Mas nunca vou conseguir ficar inerte com um pequeno pedaço de vida olhando para mim com uma inocência completa e uma aura angelical. É fenomenal e matador. Nunca vou me acostumar. Vamos ver se consigo fazer melhor agora, já que eu devo ter ficado mais experiente com a prática.
Você lida com a fama tão bem que nem anda com guarda-costas...
Eu fiz isso por um tempo e foi um saco, sabe? Se chegou minha hora, chegou minha hora. Se estou na minha cama e alguém invade meu quarto vou bater no invasor com um taco ou com minha arma... Ou ele bate em mim.
Você dorme com uma arma perto?
Claro. Hoje, você precisa estar preparado. Não vou deixar que me sinta como um prisioneiro. É um jeito horrível de se viver, mas é o que preciso fazer.
Você ainda é visto com desconfiança em Israel por causa das declarações em 2006 (Gibson foi preso por dirigir alcoolizado e proferiu palavras ofensivas contra os judeus).
Aquilo foi uma explosão. Eu estava alto, bêbado, certo? Quando fiquei sóbrio e vi o que fiz, pensei: ''Oh, droga! O que foi que eu falei? Me perdoem!'' Eu me desculpei em longas declarações, não apenas uma, mas três vezes. Então, qual o problema? Já se passaram quatro anos. Preciso me desculpar novamente? Porque, se precisar, sempre farei isso: aquilo foi um monte de me...! Se ofendi ou assustei alguém, me perdoe. É a verdade. Não quero ser um monstro!
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