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domingo, 14 de fevereiro de 2010

ELIANE GIARDINI, TALENTO RECONHECIDO

Eliane Giardini sabe se reinventar. Depois de passear pelo universo indiano, a atriz de 57 anos está de volta à telinha como a professora de dança Hélia. Na trama de Bosco Brasil, ela vive um romance, com Antonio Fagundes, marcado por muitas brigas e desentendimentos. "Eles foram amantes no passado e foi um total desastre essa história de amor. Existe muita mágoa entre eles", revela a paulista, que está com os cabelos mais claros e cacheados para balançar as estruturas do veterano ator. Apaixonada pela personagem, Eliane não pensou duas vezes em aceitar o novo desafio: "Não consigo dizer não para bons convites", assume, dizendo ser uma fissurada pelo que faz. "Gosto do meu trabalho e tenho ainda muita fissura pelo ofício", conta ela, que a cada trabalho sente que suas personagens estão melhores. "Não passei pelos dramas das atrizes da minha idade, que fizeram protagonistas e hoje são coadjuvantes. Minha carreira melhora com o tempo. Desse jeito, aos 60, protagonizarei outra novela", diverte- se Giardini. A MINHA NOVELA esteve com a atriz nos estúdios da Globo, no Projac, para um bate-papo delicioso. Não perca!




Você está gostando da novela?



Gosto da história. Acho que me representa. É o que eu consumo, como quem gosta de cinema, de novela, de teatro. É um produto que eu consumo com prazer e gosto de estar fazendo.



O relacionamento amoroso da Hélia com Leal é explosivo...



Eles vivem esse rompante. É uma relação de gato e rato. Os dois têm temperamento muito forte. Há uma impossibilidade o tempo todo. É mágoa demais guardada... Tem muita história. Mas tudo é misturado com amor.



A história de vida deles é bem interessante , não é mesmo?



Eles eram casados. Hélia com um arquiteto e ele com uma grande amiga dela. E se apaixonaram perdidamente. A mulher dele viu os dois juntos e depois morreu. Já o marido de Hélia se internou num hospício. Foi um desastre total.



Você acredita que um amor tão tumultuado e dramático assim pode dar certo um dia?



Sim. Mesmo porque ele se mantém só e ela também. São dois personagens que estão sempre no eixo. Esperando a hora certa. É preciso limpar a mágoa para que eles possam ficar juntos.



Então, para você, esse amor tem chance de dar certo?



Claro que tem. Aos montes. Eu já vivi muita história assim. Você quer que dê certo. E aí a pessoa fala uma coisa que é, justamente, o que não poderia falar, e dá uma resposta, e pinta uma mágoa, e sai, e bate a porta. E depois se arrepende e não tem como voltar.



Você se identifica com a Hélia?



Eu sempre me identifico em algum nível com meus personagens. É exatamente isso que me possibilita interpretá-los.



O que mais a interessou na trama?



Um conjunto de coisas. O diretor, o elenco, a equipe. É uma mistura de fatores que me levaram a aceitar o convite para a trama. Fazia tempo que não trabalhava com o Zé Luiz (Villamarim, diretor); o Bosco Brasil é um excelente autor e o elenco é feito de muitos atores de teatro. Isso é muito bom.



Quais são seus planos para depois que terminar de gravar a novela?



Estou me dedicando à novela até setembro e, depois, vou fazer teatro. Estou com muita saudade do palco. É o que me alimenta.



Você está ainda mais bonita. O que fez no cabelo?



Eu mudei um pouco. Clareei e coloquei um aplique para enchêlo um pouquinho mais.



E está gostando?



Estou gostando muito. É um cabelo que eu tinha quando fiz Renascer (1993). Acho que tem a ver com a personagem. Ela é dramática. Tem o fogo nas ventas. É meio Pedro Almodóvar (diretor de cinema). Os cachos dão uma aparência de rebeldia.



Como foi a composição da Hélia?



Eu não tive tempo de me preparar. Não deu nem tempo de fazer workshop. Acho que a televisão precisa mais de uma persona do que de um personagem. Quando o diretor chama um ator, está atrás da atmosfera daquele profissional. O que procuro fazer é ampliar ainda mais minha atmosfera, para não ficar só fazendo o mesmo papel a vida toda.



Você fez aulas para interpretar uma professora de dança?



Estou trabalhando com uma bailarina, Márcia Rubin, que trabalha muito com teatro também. A gente se inspirou no trabalho da Pina Bausch, uma mulher deslumbrante que fazia uma fusão de teatro com dança. Então, fica mais fácil para mim, porque eu não tenho formação de balé.



Você emendou a temperamental Indira, de Caminho das Índias, com Tempos Modernos. Foi planejado?



Eu não pensava fazer essa novela mesmo. O diretor me convidou em julho e a trama ia estrear em setembro. Mas eu estava comprometida com Caminho das Índias, então, a Globo impediu. Mas aí foi adiada a estreia para janeiro, ele me procurou e eu aceitei. Gosto de trabalhar. Amo a minha profissão. E não consigo dizer não a bons convites.



E até que você tem dado sorte com suas personagens na TV, não?



Olha, estão cada vez melhores. Felizmente, ao contrário das atrizes da minha idade, que fizeram muitas protagonistas e passaram a ser coadjuvantes, eu nunca fui protagonista. Não fiz televisão aos 20, nem aos 30 anos. Comecei a fazer aos 40... Com isso, a cada trabalho parece que tudo é melhor, mais gostoso... Desse jeito, aos 60, protagonizarei outra novela (risos).


Fonte Revista Minha Novela

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