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domingo, 15 de maio de 2011

Respirar pela boca prejudica qualidade de vida de crianças



Algumas crianças têm o costume de respirar com a boca aberta. O correto é pelo nariz, pois pelas vias nasais o ar é devidamente aquecido, umidificado e filtrado. Só que, às vezes, a criança inspira e expira pela boca, pelo fato de as vias nasais estarem obstruídas ou estreitadas por problemas como a rinite (inflamação das mucosas que causa espirros, coriza e coceira no nariz e na garganta).
Só que as implicações de respirar pela boca podem prejudicar muito mais do que somente a respiração: o próprio crescimento corporal sofre alterações nada benéficas e há queda na qualidade de vida, que pode permanecer após a infância. Compromete até aspectos como o sono e o desenvolvimento intelectual.
“Respirar pela boca interfere diretamente no crescimento e desenvolvimento da face infantil”, diz o ortodontista e ortopedista facial Gerson Köhler, da Köhler Ortofacial, de Curitiba, Paraná. Como a respiração é uma das funções vitais do organismo, qualquer desequilíbrio causa várias alterações em diferentes órgãos e sistemas. O especialista esclarece ainda que alterações no crescimento do crânio e da região dentofacial, na qualidade do sono, no desempenho escolar, na fala, na alimentação e na postura corporal são algumas das consequências da respiração bucal.
Juarez Köhler, da equipe da clínica, também ortodontista e ortopedista facial, diz que os efeitos da respiração bucal são mais sérios do que muita gente pensa se não for realizado o tratamento precoce adequado. “Desde o nascimento, o organismo está programado para respirar pela via aérea nasal e assim deve ser durante toda a vida, mesmo que haja resistências à passagem de ar pelo nariz”.
O sono das crianças é um dos aspectos mais prejudicados pela respiração bucal. Ronco, baba noturna, síndrome de apneia e hipopneia (a primeira é a suspensão completa do fluxo de ar e a segunda a significativa diminuição do mesmo) dificultam uma boa noite de descanso. Sem repousar devidamente, a criança tem problemas para se concentrar, aprender e tende a ser hiperativa. Dormir com a boca aberta traz ainda mais distúrbios. “Prejudica o equilíbrio interno e externo da boca e dos músculos, inclusive da língua, o que gera uma deficiência funcional importante e significativa”, explica Köhler.
Quando a musculatura é alterada, isso também prejudica a mastigação e a deglutição, fazendo com que a criança se alimente de forma errada. Ela fica literalmente cansada de mastigar e acaba comendo menos, emagrecendo, ou come em maior quantidade e mais rápido, engordando em demasia. A fala também é prejudicada. Infelizmente, há mais: “A criança ainda sofre com o mau posicionamento da cabeça em relação ao pescoço, influindo nocivamente sobre a coluna”, explica Nilse Waltrick, fonoaudióloga e especialista em distúrbios miofuncionais e em motricidade ortofacial da clínica. Ela recomenda que os pais procurem um profissional adequado assim que notarem qualquer modificação do tipo no filho.
Quanto mais cedo o tratamento for procurado, segundo Nilse, menores serão as consequências ruins e as implicações serão menos intensas. “É fundamental analisar o grau de obstrução nasal e a realização de exames específicos com médicos otorrinolaringologistas que esclareçam as principais causas da respiração bucal. O tratamento deve agir diretamente na origem do problema, para que a solução seja eficaz, aumentando a qualidade de vida dos pacientes”, ressalta.
O diagnóstico deve ser feito por uma equipe multidisciplinar composta de um médico, um fonoaudiólogo e um ortodontista. O médico tratará a obstrução nasal, o ortodontista ou ortopedista facial corrigirá qualquer alteração dos dentes e o fonoaudiólogo cuidará da reeducação da respiração, adequando as funções orais e o equilíbrio da musculatura.
FONTE: ARCA UNIVERSAL

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