Clique sobre a imagem e conheça a página do autor na Amazon!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Entrevista com Jodie Foster – Um Novo Despertar

jodie foster blog Entrevista com Jodie Foster   <i>Um Novo Despertar</i>


Por Paoula Abou-Jaoude, de Los Angeles
Em entrevista concedida a jornalistas da imprensa estrangeira, em Los Angeles.
Paoula Abou-Jaoude - O que fez você querer dirigir e atuar em Um Novo Despertar?
Jodie Foster- Porque falou para mim de uma boa pessoa. Realmente achei que tinha a minha voz. Adorei. Depois de ter dirigido e interpretado no meu primeiro filme (Mentes que Brilham/Litlle Man Tate, 91), afirmei que nunca mais faria isso. E depois como uma idiota, fiz a mesma coisa de novo (risos). A princípio, não pensava em participar como atriz, mas quando Mel (Gibson) aceitou, comecei a pensar em quem colocar no papel da esposa dele. Precisava de alguém que não caísse no humor fácil, que desse base para o drama. E por causa do narrador, o castor, não é um ponto de vista que se pode confiar. Claro que o homem é louco, não merece confiança. E seu tom esta sempre muda. Por isso, precisava de alguém que fosse a perspectiva do público. Alguém que como o espectador fosse aos poucos aceitando o castor. E começa a entender o absurdo. E mais tarde também o rejeita porque percebe que não apenas está destruindo aquele homem, mas também a família. Como eu conheço Mel tão bem e já trabalhei com ele antes, já sei que tem um estilo de representar, que não é neurótico. Então resolvi escalar a mim mesmo (risos). Pedi sua permissão e ele disse sim.
P- Por que escolheu Mel para ser Walter?
JF- Mel foi minha primeira escolha. Achei que ele seria capaz de entender a leveza e inteligência, mas especialmente entenderia os conflitos de um homem e optaria pelo drama. Você realmente depende do talento de um ator para criar a chama da criação. Eu adoro sua interpretação. Ele trouxe muito ao filme, como eu esperava. Porque o conheço há tantos anos. Conheço seu senso de humor, e assim ele deu a base para o filme. Também sei que é uma pessoa profunda, que entende o que é luta, e de uma forma muito emocional. Entende as decepções, a vontade de mudar, de querer se transformar porque deseja ter novamente orgulho da pessoa que se é. São temas que não apenas Mel entende, mas que discutimos há muitos anos.
P- Durante seus recentes problemas, apenas você e Whoopi Goldberg disseram algo positive sobre ele. O que você vê nele como amigo?
JF- O homem que eu conheço é um amigo incrível. Incrivelmente leal. O Mel que conheço é engraçado, simples, um grande comunicador e grande ouvinte. Acho que o Mel pessoa é alguém que é ainda mais sensível, mais preocupado do que demonstra . É o tipo de amigo que você pode chamar às 3h da manhã, e ele virá te ajudar. E eu sei que ele acha a mesma coisa de mim.
P- Mas por causa de tudo o que aconteceu você teve de lidar com as consequências, como o atraso para o lançamento do filme. Foi difícil apoiar o amigo?
JF- Tem havido várias consequências do seu comportamento e não importa o quanto eu o amo. Não apoio seu comportamento porque cabe a ele aceitar as consequências, é dele a responsabilidade.  E ele entende isso.  Ninguém entende melhor isso do que ele. Este não é um momento feliz em sua vida. Não é algo que se pode não dar importância. Apoiar um amigo não é um sacrifício, é apenas a verdade. É um homem que conheço há muitos anos, que sou grata por estar no filme. Tenho muito orgulho dele e de sua interpretação. Acho que o filme mostra um lado de Mel que as pessoas não vêem, mas que eu conhecia.  E Acho que isso permite se entenda melhor sua complexidade. Ele é um homem complicado.
P- Seu personagem custa a aceitar Walter como ele é. Como é você na vida para dar aos outros uma segunda chance?
JF- Bem, às vezes eu sou boa e às vezes eu sou má. Depende da circunstância.  Acho que o problema do personagem que faço, Meredith, não é perdoar, mas sim querer que ele volte ao passado. E acho que isso acontece em muitos casamentos. Uma pessoa querendo viver no passado e outra querendo mudar para o futuro. O refrão dela é “Fomos felizes uma vez, você era uma pessoa feliz quando nos amávamos”. Por que não volta a ser essa pessoa? É isso que ela tem de aceitar. Tem que mudar, aceitar que a vida é uma montanha-russa, temos nossos altos, mas também nossos baixos.
P- Como você lida com seus momentos de loucura?
JF- Agora que olho para trás, meus três filmes (Um Novo Despertar,Mentes que Brilham e Feriados em Família) são sobre crises espirituais. Você tem duas escolhas: a sentença de vida ou de morte.  Tudo o que tenho a dizer está neste filme. Dois anos de sua vida inteira e cada dia, cada momento, às 3h da manhã, eu acordava com ideias para o filme. Tudo isso é um processo, como escrever um livro que permite você explorar de uma forma mais profunda. Quero dizer que cada um dos personagens é uma versão de mim.  Eu os entendo completamente e os formatei de forma que eles fossem compreensíveis também para os espectadores. E ocupando todos os lados diferentes da equação, um dia sendo Anton, noutro Mel, noutro Jennifer ou Cherry, você acaba vendo todos os ângulos de suas próprias crises.
P- O que te mantém tão forte?
JF- Acho que é o meu dia a dia, não delegando minha vida para ninguém. Acho que no fundo isso que é a vida. Lidar com pais que estão ficando velhos, os problemas que meus filhos têm na escola. A grande quantidade de responsabilidades que tive quando era muito jovem, embora às vezes eu reclame, acho que me ajudou a ser forte. E me mantém sobrevivendo numa indústria que facilmente já poderia ter me devorado.
FONTE: R7 BLOG RUBENS EWALD FILHO

    




Nenhum comentário:

Postar um comentário