Por Maurício Tambasco / Fotos: Ascom/PCERJ
A operação Guilhotina, desencadeada pela Polícia Federal no dia 11 de fevereiro, deu início a uma das maiores crises em 203 anos de história da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Dezenas de policias foram presos, um deles, o delegado Carlos Oliveira. Ex-subchefe da Polícia Civil, Oliveira era um dos braços direitos de Allan Turnowski, chefe da coporação até o dia 15 de fevereiro, quando deixou o cargo. Em seu lugar, a Secretaria de Segurança Pública optou por inovar, galgando ao cargo uma mulher: a delegada que tem nome de ex-miss Brasil, Martha Rocha. Na semana da mulher, Ela fala ao Portal Arca Universal.
A senhora ficou surpresa com o convite do secretário de segurança, José Mariano Beltrame, para ser a nova chefe de Polícia Civil do Rio?
Não esperava, mas fiquei tranquila e resolvi aceitar o desafio. Esse cargo no mais alto posto da chefia de polícia aumenta minha responsabilidade. E essa premiação não será em vão.
O fato de ter sido a primeira mulher a ingressar na chefia da corporação, anteriormente, foi determinante para o que aconteceu agora?
Não creio nisso, sinceramente. Credito esta nomeação à minha carreira de delegada na Polícia Civil do Rio de Janeiro.
E qual seu principal objetivo ao comandar essa instituição?
Minha meta é contribuir para uma gestão diferenciada na segurança pública do nosso estado. Primeiro em nome dos valorosos homens e mulheres que integram a Polícia Civil, e segundo pelo desafio de ser a primeira mulher a ocupar este cargo na história da instituição.
O que a senhora tem a oferecer de experiência nessa nova e importante função?
O desafio vai exigir de mim o que tenho de melhor. Dar amor à minha instituição, dedicação à coisa pública, a honrabilidade de meu cargo e a certeza de que podemos construir uma sociedade justa e solidária. Não há campo em que nossos agentes não vão. Não há área intocável. Onde estiver o crime, a Polícia Civil estará atuando.
É difícil a missão de substituir um colega de profissão em meio a uma crise de denúncias?
Sim. E, além disso, eu entro no lugar do delegado Allan Turnowski, a quem inclusive agradeço por ter integrado sua equipe – na condição de diretora da Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher. Ele tem uma trajetória e, por isso, aumenta ainda mais minha responsabilidade.
Quais os pontos que precisam melhorar na Polícia Civil, no seu entender?
Temos que ter polícia bem treinada, qualificada. Acho que temos que ter uma corregedoria forte, o bom policial não teme isso. Temos muita coisa boa para somar na administração do secretário José Mariano Beltrame. Nunca me vi no cargo de chefe da Polícia Civil, mas tenho a certeza de que vou trabalhar com policiais que têm experiência para os cargos que serão designados. Vamos trabalhar com a questão da lisura e dos bons resultados. Nós trabalhamos com metas, com projetos, as avaliações serão objetivas.
Fale um pouco da sua carreira policial. Quando ingressou na corporação?
Foi em 1983, após concurso público. Fui delegada na 15ª Delegacia de Polícia (DP), na Gávea; 12ª DP, em Copacabana; 16ª DP, na Barra da Tijuca; 18ª DP, na Praça da Bandeira; 20ª DP, no Grajaú; e 37ª, na Ilha do Governador. Em 1999 assumi o cargo de subchefe de polícia. E também já atuei como corregedora.
Quais serão seus assessores diretos nessa empreitada?
Para a subchefia administrativa escolhi Sérgio Caldas. Fernando Velloso ficará na subchefia operacional e o corregedor Gilson Soares permanecerá como chefe da Corregedoria Civil. A delegada Jéssica Almeida ficará no cargo de diretora da Academia de Polícia (Acadepol) e o delegado Luiz Zettermann será o meu chefe de gabinete.
O que pesou na escolha destes nomes, entre tantos outros policiais?
Foram a experiência, competência e a seriedade. Todos estes nomes são de pessoas que construíram uma carreira na polícia civil. Trabalharemos com metas, projetos e resultados.
Como as delegacias ficarão na sua gestão? Haverá aumento no efetivo de agentes?
Um dos objetivos de nossa equipe será fortalecer as delegacias distritais. As Delegacias de Atendimento à Mulher (Deams) terão um reforço no número de policiais e esperamos inaugurar, no primeiro semestre deste ano, Deams nos municípios de Campos e Nova Friburgo.
FONTE: ARCA UNIVERSAL
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