Walcyr Carrasco, autor de “Morde & assopra”, novela das 19h que estreou semana passada na Globo, por um lado, arriscou. Depois de criar uma história que tinha um macaco entre os personagens centrais (“Caras & bocas”), ele apostou em dinossauros e robôs. Adriana Esteves é Júlia, paleontóloga que pretende desenterrar uma ossada “de grande valor científico” das terras do caipirão Abner (Marcos Pasquim). Ele não quer permitir. Paralelamente, Ícaro (Mateus Solano, que precisa conter os exageros) busca substituir a falecida mulher por uma robô (personagem de Flávia Alessandra).
Por outro lado, não há muito risco na nova empreitada. As tramas são as clássicas: a mocinha culta se apaixona pelo brucutu e vice-versa, mas eles brigam. O agricultor tem uma pretendente, Celeste (Vanessa Giácomo, muito bem no papel), formando o triângulo, e uma filha que é uma graça, Tonica (Klara Castanho). Walcyr foi criativo, mas, experiente, não abriu mão do novelão tradicional, com os pontos de tensão necessários para capturar a atenção do público, uma boa dose de humor e, claro, romance.
A parceria com Rogério Gomes foi feliz. Além da assinatura de Walcyr, “Morde & assopra” tem a marca da direção, que não escorregou para o exagero e produziu sequências bem iluminadas e com unidade estética, o que contribuiu para conferir personalidade à novela. A história se desenrola a uma distância considerável do realismo e para que isso aconteça sem mexicanizações é preciso sensibilidade e precisão. A dupla teve sucesso neste equilíbrio.
Do elenco, destacaram-se Ary Fontoura, Bárbara Paz, Vanessa Giácomo, Walderez de Barros e Jandira Martini. As cenas do Japão também merecem todos os elogios, assim como a abertura em animação. “Morde & assopra”
FONTE: PATRICIA KOGUT
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