paulistano Silvio de Abreu, 67 anos, já está completamente mergulhado na loucura que é escrever o programa mais visto pelos brasileiros: a novela das oito da Globo. Nesta segunda (17), estreia seu 15º folhetim, Passione. A trama de elenco estelar tem a missão de alavancar a audiência, após Viver a Vida, de Manoel Carlos.
Atencioso, Silvio de Abreu aceitou o convite para uma conversa com o R7 sobre seu próximo trabalho. O autor disse rejeitar o telespectador que acompanha as novelas apenas por não ter nada melhor para fazer: “Quero distância desse público”. Sua meta é dialogar com alguém apaixonado e envolvido com a história que vai criar.
Abreu ainda comentou a predileção por nomes da velha guarda da TV, como Fernanda Montenegro e Tony Ramos, e explica por que escolheu São Paulo e Itália como cenários de sua trama. Ele ainda contou que teve papel decisivo na escolha do elenco e revelou que apenas sete atores não tiveram personagens escritos sob encomenda.
Sobre o grande assassinato por volta do centésimo capítulo do qual boa parte dos personagens será suspeita, ele faz mistério, mas adianta que não será um serial killer, além de uma dica importante ao telespectador. Leia a entrevista.
R7 – O elenco de sua novela é estelar e impressiona por ter nomes como Fernanda Montenegro e Tony Ramos. Foi difícil conseguir formá-lo? Quais nomes você fez questão que estivessem e para os quais escreveu os personagens? Por que?
Silvio de Abreu – Belíssima tinha Fernanda Montenegro e Tony Ramos; A Incrível História das Filhas da Mãe no Jardim do Éden tinha Fernanda Montenegro e Tony Ramos. Para mim é sempre um privilégio poder contar com esses dois magníficos atores. Não é difícil para eu formar elenco, nem entendo quando dizem que na Globo, hoje em dia, é muito difícil etc e tal. Os atores e as atrizes recebem sempre de boa vontade o convite e o meu maior problema é sempre ter que dizer não a artistas que admiro, que gostaria de ter no elenco, mas não tenho personagens adequados a eles. Quase todos os atores principais de Passione tiveram personagens escritos para eles, porque eu já sabia que poderia contar com o talento deles no elenco. As exceções foram: Tammy Di Calafiori, Mayana Moura, Miguel Roncato, Andre Luis Frambach, Carol Macedo, Bianca Bin e Julio Andrade, que eram atores que eu não conhecia e passei a conhecer graças ao excelente trabalho de garimpagem do nosso produtor de elenco, Daniel Berlinsky, e da intuição certeira de Denise Saraceni.
R7 – Sua novela vai mostrar uma São Paulo frenética e uma Itália rural. Por que você escolheu conjugar esses dois ambientes?
Abreu – Primeiro, porque são opostos e isso dará uma excelente dinâmica para a novela. Depois, porque gosto e conheço os dois. Denise Saraceni e eu visitamos quase 5.000 quilômetros de terras da Toscana na escolha das locações e estudo dos hábitos e costumes dos italianos. Vivo em São Paulo desde que nasci e já morei por um ano na Itália na década de 70. Sinto-me em casa nos dois ambientes.
R7 – Sua trama traz de volta gente veterana de muito talento como Fernanda Montenegro, Leonardo Villar, Cleyde Yáconis e Aracy Balabanian. Por que você faz questão desses nomes? Qual o papel deles em seu elenco? Gosta de criar personagens para essa turma? Por que?
Abreu – O que eu mais aprecio no ser humano é o talento. Quando um enorme talento vem acompanhado de um grande carisma, tudo se completa e criam-se as estrelas de teatro, cinema e televisão. Não existe um time mais carismático e talentoso do que o que vamos oferecer diariamente ao público brasileiro. Escrever para atores tão consagrados é uma grande responsabilidade, mas também um enorme prazer.
R7 – Tem algum personagem que você gosta mais? Por que?
Abreu – Não tenho nenhum preferido, cada um é principal em seu próprio núcleo e será tratado com o maior carinho por mim.
R7 – Sua novela vem após uma crise de audiência no horário das oito. Acha que Passione tem elementos para cativar o público e levantar a audiência no horário? Quais elementos são esses?
Abreu – Não estou preocupado com isso e nem sei dessa tal crise de audiência de que você está falando. O programa de maior audiência da televisão brasileira não é a novela das 21h? Então que crise é essa? Quero que o público goste de Passione, que se divirta, que torça, que se envolva com a história e com os personagens. Quero que discutam, contestem, elogiem, critiquem e façam o que forem estimulados pela novela a fazer. Só não quero que fiquem apáticos diante do televisor. Odeio a ideia de que as pessoas assistem a novelas porque não têm nada melhor para fazer. Não quero esse público. Quero um público que goste de acompanhar a história por prazer e sei que cabe a mim, à Denise Saraceni e ao nosso elenco despertar esta emoção.
R7 – Como será o assassinato no meio da trama de Passione?
Abreu – Você vai saber tudo quando chegar a ocasião, ainda é muito cedo para essas especulações. Posso garantir que não será um serial killer. A única dica que posso dar sobre este assunto é que se preste muita atenção no comportamento dos personagens nessa primeira fase da história, que vai mais ou menos até o capitulo cem. A parte policial da novela só vai entrar depois disso, mas tem a ver com essa primeira fase, portanto, olho vivo!
FONTE R7
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