Viver a Vida fechou todas as suas tramas nesta sexta-feira (14) e não surpreendeu. A novela, que foi alvo de críticas desde o começo, em 14 de setembro de 2009, chegou ao penúltimo capítulo quase que sem mistério, atraindo pouco a atenção do público e dos especialistas.
No penúltimo capítulo, por exemplo, nenhum grande mistério foi revelado. A última semana do folhetim de Manoel Carlos foi morna e não passou dos 44 pontos de média no Ibope, na grande São Paulo. Cada ponto no Ibope equivale a 60 mil casas.
O capítulo desta sexta continuou na mesma.
Para Claudino Mayer, pesquisador em teledramaturgia pela USP, o ponto positivo foi que todos os personagens secundários apareceram para encerrar a trama de forma natural, sem criar uma cena para forçar. Ele não se esqueceu de nenhum e fechou todas as histórias.
Com pontos fortes e fracos, Viver a Vida fugiu do perfil básico de Maneco, que sempre destacou a personagem principal com o nome de Helena, que seria uma mulher forte, batalhadora, com um grande drama. Mas, desta vez, a Helena, vivida por Taís Araújo, não impressionou. Tanto que a trama nem mesmo acabou com ela.
- A Helena da história deveria ter sido a Alinne Moraes, ou seja, a Luciana, já que ela sim mostrou tinha esses ingredientes, mostrou o que é superação e criou os principais momentos de tensão e emoção.
As Helenas de Manoel Carlos são bastante famosas e já foram interpretadas por atrizes como Vera Fisher e por Regina Duarte.
Claudino ainda comenta o marasmo do último capítulo:
- Parece que a novela acabou onde começou, sem nenhuma explicação para um suspense, sem nada que o público pudesse dizer “nossa, então foi por isso!”. Nada assim foi representado. Manteve ritmo lento, cansativo, arrastado. Não apresentou nada diferente. Assim como toda a novela, o último capítulo não teve um gancho que cativasse e prendesse a atenção do telespectador.
De acordo com Nilson Xavier, autor do Almanaque de Teledramaturgia Brasileira, é muito prejudicial levar uma novela do horário nobre até o final sem um grande segredo, sem um atrativo que fixe a atenção do público.
- A novela veio monótona, ficou sem história logo no começo e precisou de alterações nos personagens. A personagem da Natália do Vale é um grande exemplo. Ela começou a trama com um discurso e depois surtou. Não é uma novela que vai deixar saudades.
Apesar disso, os especialistas destacam que a bandeira social que Maneco levantou sobre a vida de cadeirantes foi válida.
- A questão dos cadeirantes foi ótima. Bem mostrada e informativa. Mais informativa que educativa. O saldo para essa abordagem é sempre positivo. – diz Nilson Xavier.
- Esse tipo de informação realmente valeu a novela. – completa Claudino Mayer.
Outro destaque, na opinião de Nilson, foram as atrizes Bárbara Paz e Alinne Moraes.
- As duas tiveram seus grandes momentos e seguraram a história muito bem.
FONTE R7
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