Sensação entre os adolescentes como a protagonista de Malhação ID e par romântico de Fiuk, Cristiana Peres poderia ter tomado um rumo bem diferente. A atriz, que morava em Itaipava, região serrana do Rio, mudou-se para a capital aos 14 anos e chegou a cursar até o oitavo semestre de Psicologia.
Graças aos cursos de artes cênicas, ela percebeu sua verdadeira vocação e pouco depois brilhou como a supervilã Flora, de A Favorita, em sua fase mais jovem. Já a estreia na trama vespertina só foi conquistada após vários testes. Modesta, a atriz revela que ainda não se acostumou totalmente à fama e, na hora da paquera, acha que os meninos podem ter receio de se aproximar. A beldade só não poupa elogios aos colegas de elenco: ''Amo todos eles'', conta.
Em entrevista ao site CONTIGO!, Cristiana fala sobre os desafios do começo da carreira, a amizade dentro dos estúdios de Malhação e as semelhanças com sua personagem, que além de tudo foi batizada com o mesmo nome da atriz. Confira!
O que te motivou a sair de Itaipava aos 14 anos de idade?
Bom, eu nasci no Rio, minha família toda é daqui, e fomos morar lá para buscar uma qualidade de vida melhor. Todos os meus quatro irmãos já tinham vindo fazer faculdade. No meu caso, vim com a minha mãe aos 14 anos porque, mais cedo ou mais tarde, isso iria mesmo acontecer por causa dos estudos, trabalho etc. Hoje, moro com uma das minhas irmãs, meu cunhado e meus sobrinhos. Com minha mãe morei até os 19 anos.
Você chegou a cursar até o oitavo semestre de Psicologia e desistiu da faculdade por conta do teatro. Como foi essa transição em sua vida?
Não foi muito fácil. Até hoje quero voltar e terminar a faculdade. Além de ter grandes amigas, minha maneira de pensar foi construída nessa época de faculdade. Nunca quis ser de Psicologia Clínica, por isso, enquanto estudei, fiz vários cursos para saber a área em que queria atuar. No meio de tudo isso, a vida acabou me levando para as artes cênicas. No último período de Psicologia, acabei entrando, à noite, em uma faculdade de Teatro. Eu precisava disso para saber o que queria, para ter essa certeza. Depois veio a oficina de atores da Globo e meu primeiro trabalho na TV, em A Favorita.
Até você ser escalada para o papel de Flora em A Favorita, ficou quanto tempo estudando teatro? Como foi o início da carreira na TV logo em uma novela das 8?
Estudei no Artcênicas, curso do Antonio Amancio, por um ano. Também fiz uns cursos curtos, como de clown, por exemplo. Só aí, paralelo com a Psicologia, entrei na UniverCidade em Artes Dramáticas. Teatro mesmo, consegui estudar muito pouco tempo, no máximo um ano e meio. Minha escola acabou sendo a Globo, primeiro com a Oficina e agora com Malhação, junto com o Mário Márcio Bandarra que tem sido um mestre pra mim. O que me fez ter uma compreensão melhor da carreira e do trabalho de ator foi a base que a Psicologia me deu para entender e sempre pesquisar o ser humano.
De vilã do horário nobre, mesmo que em uma participação, você passou para protagonista de Malhação ID. O que é mais desafiador? Por quê?
Acho que não existe o que foi mais ou menos desafiador. A batalha é ter uma qualidade constante em 8 ou 9 meses de novela, independente de personagem. O que posso afirmar, sem medo, é que não é fácil, nos dias de hoje, fazer uma protagonista romântica. É preciso muito jogo de cintura. Não dá pra se prender nos sentimentos nobres que uma mocinha deve ter... Existe toda uma teia de sentimentos e conflitos como os de qualquer menina ou mulher que busca amar, ser amada e, no meio disso, se realizar pessoalmente e profissionalmente.
Você fez quantos testes para entrar em Malhação? O que te motivou a continuar tentando?
Quando eu fiz os primeiros testes na Globo, acho que final de 2007, eu não sabia muito como funcionavam as coisas e nem tinha certeza do que eu queria. No total nem sei quantos testes fiz, talvez sete ou oito. Para Malhação ID fiz o último já com o Fiuk e, depois, com o personagem do Emílio. Nunca tive pressa para começar, sabia que tinha uma estrada, que tinham coisas a serem estudadas e construídas. Costumo brincar que, antes de passar nos testes, é preciso aprender a fazer teste e aproveitar esse tempo para investir em si mesmo como pessoa e ser humano.
Você é uma das atrizes mais velhas do elenco de adolescentes da Malhação. Isso faz alguma diferença no convívio com os colegas? Como é a troca de experiências entre vocês?
A troca é maravilhosa e isso não faz diferença nenhuma na relação. É claro que temos vivências diferentes e experiências diversas. Num relacionamento, as funções são diferentes mesmo... Amo e troco com todos eles - eles contam comigo e eu conto com eles, afinal de contas somos um grupo, uma equipe.
O último dos testes foi com o Fiuk, não é? A química que vocês mostram hoje na TV como Cris e Bernardo foi imediata?
Sim, meu teste foi direto com ele. Temos muitas coisas em comum e um grande companheirismo no trabalho.
Como é trabalhar com o Fiuk, com toda a fama repentina que ele conseguiu como ator e músico?
É ótimo, assim como com todo o resto do elenco. Como temos muitas cenas juntos, acabamos nos conhecendo mais pela convivência. Ele é um garoto incrível, capaz, sério, profissional e que merece tudo o que está construindo. Apesar de estradas profissionais bem diferentes, torcemos muito um pelo outro.
E você, já se acostumou com a fama?
Não completamente, ainda é estranho quando as pessoas ficam me olhando muito, mas acho que estou no caminho (risos).
Além do mesmo nome, quais são as afinidades que você tem com a Cristiana da novela?
O gênio forte e a indignação, apesar de eu me considerar menos impulsiva e medir melhor o que falo e quando falo. Brinco, às vezes, que ela sou eu com 17 anos, mas com a coragem de hoje.
Você é engajada como ela?
Ja fui! Fiz trabalhos voluntários, inclusive. Eu era sempre a que reivindicava as coisas no colégio. Tive, de alguma maneira, esse tipo de postura na adolescência. Hoje sou mais comprometida com as coisas que faço.
Como a Cristiana de Malhação ID, você abriria mão de um sonho profissional (no caso, a bolsa de estudos dela) por um grande amor?
Hoje, no meu momento de vida, não. Tenho outros interesses, planos, amigos... No caso da personagem, sim! As paixões da adolescência são eternas, fortes, marcantes e precisam ser vividas, seja de que maneira for, porque serão lembradas para o resto da vida.
Você tem namorado? A fama em Malhação atraiu muitos pretendentes? Como você lida com isso?
Estou sem namorado e não acho que a questão seja atrair muitos pretendentes. O que acontece é uma maior percepção por parte das pessoas em relação a você... Mesmo assim, quando existe um interesse, muitos têm dificuldade de se aproximar. Lido bem com isso, até porque não costumo sair muito, mas, quando saio, normalmente estou cercada de amigos.
A sogra da Cristiana na novela não é nada fácil. Você já teve um problema semelhante na vida real?
De jeito nenhum, nunca tive!
FONTE REVISTA CONTIGO
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