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quarta-feira, 5 de maio de 2010

MÁRCILIO MORAES FALA SOBRE A SUA NOVA NOVELA NA RECORD



Marcílio Moraes fala sobre Ribeirão do Tempo

Nas novelas de Marcílio Moraes ninguém fica sem história. Todos os personagens têm seu momento de destaque. De acordo com o autor, esse é um dos diferenciais do seu trabalho. E seguindo essa marca particular, ele constrói o universo de Ribeirão do Tempo, que estreia dia 18 de maio na Record.



- Todo mundo fica satisfeito. Eu gosto de trabalhar panoramicamente, com muitas tramas. [Gosto] De abrir o leque.



Com 30 capítulos já escritos, ele conversou com o R7 no complexo de estúdios RecNov, em Vargem Grande, zona oeste do Rio.



- Até os personagens menores vão ter um momento em que se destacam e influenciam o conjunto. Acho que isso movimenta. Segue por aqui e depois vai por ali.



Moraes também adiantou curiosidades do enredo como, por exemplo, o grande segredo de Madame Durrell (Jacqueline Laurence). Ela baixa em Ribeirão para construir um resort, que vai gerar vários investimentos na cidade e mudar sua rotina, mas na verdade está atrás do filho que abandonou há 50 anos.



- Qualquer personagem nessa faixa etária pode ser o filho dela, o Querêncio (Taumaturgo Ferreira), o Ari Juramento (André Di Biasi) ou o Romeu (Zé Dumont), por exemplo. Mas isso só será revelado bem depois.



Tem lendas também como a de que na praça central da cidade – a Praça do Enforcado – existe um tesouro escondido há 250 anos.



- O local se chama assim porque no passado um representante da coroa portuguesa veio cobrar impostos por causa do suposto ouro e os moradores o enforcaram. A cidade se vangloria de ter matado o opressor.



Para escrever Ribeirão, que terá ainda uma série de assassinatos, o autor usou personagens de um romance policial inacabado, de uma sinopse de uma história de esportes radicais - também tem esse núcleo na novela comandado por Tito (Ângelo Paes Leme) - e uma inspiração longínqua no livro Os Demônios, de Dostoiévski. Mas Moraes deixa, bem claro, que em sua trama não terá “o quem matou”.



- Os assassinos vão se revelar logo no primeiro terço da novela. Tem drama, tragédia, mas é para ser uma comédia satírica, popular. Se o público vai rir eu não sei, espero que ria. A minha grande expectativa é o interesse pelos personagens. A simpatia humana por eles.



Novela terá tecnologia usada em Hollywood

Ao R7, ele também contou sobre o desafio de encarar uma jornada diária de trabalho de 12, 14 horas quando a novela entrar no ar. Afinal, tem que dar conta de 35 páginas por dia, durante quase um ano, sem perder a serenidade.



- É um trabalho massacrante. Você só se sente bem quando está escrevendo, senão fica ansioso. Acha que se não escrever vai atrasar. Cria uma distorção na cabeça. Se eu parar, para o trabalho todo. E numa produção tem quantas pessoas envolvidas, 200? Tudo começa a partir do capítulo escrito. Desde o trabalho do cenógrafo, iluminador até o do ator.



Por causa desse desafio, Moraes avisa aos aspirantes a autor de novela.



- Tem que ter experiência de vida e conhecimento de dramaturgia e de literatura. Muita imaginação. É uma grande responsabilidade, pois a emissora está apostando dezena de milhões no que esta na minha cabeça. Por isso existem poucos autores de novelas. É difícil alguém com 20, 30 anos segurar a onda de 50 personagens.



Mas apesar do sacrifício, ele diz que compensa.



-Tem a adrenalina boa. Nenhum outro gênero dramático tem esse retorno imediato.






FONTE R7

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