UMA ROSA COM AMOR – A sinopse da novela é deliciosa. Um folhetim antigo, com todos os ingredientes que a gente gosta: mocinha desiludida pobre se apaixona por ricaço e sofre horrores nas mãos da namorada malvada dele. Especialista em tramas passionais, Tiago Santiago cometeu apenas um pecado mortal: não atualizou algumas passagens da história. Das duas uma: ou ele situava Uma Rosa Com Amor nos anos 70 – ou numa fictícia cidade do interior – ou mudava drasticamente o perfil de personagens, como Giovanni Petrone (Edney Giovanazzi). Na boa: não dá para engolir nessa altura do campeonato um pai ficar histérico porque a filha de 37 anos chegou tarde em casa. Ficou falso, cafona e até ridículo. Diferente de outras produções da emissora, Uma Rosa Com Amor tem um visual muito caprichado. Cenários e figurinos são bonitos e bem cuidados e a iluminação está perfeita.
O mesmo não se pode dizer do elenco. Enquanto Carla Marins, Betty Faria, Jussara Freire e Lúcia Alves brilham, Cláudio Lins, Toni Garrido e Isadora Ribeiro estão ruins de doer. O sotaque de Cláudio, então, é uma das coisas mais insuportáveis que já vi. A surpresa dos primeiros capítulos é Mônica Carvalho, correta como a vilã Nara. Uma Rosa Com Amor ainda tem muita estrada pela frente a chance de acertar todas as arestas.
A HISTÓRIA DE ESTER – Adoro tramas bíblicas. É muito difícil alguém não se emocionar com aquelas histórias tão emocionantes e cheias de mensagens bonitas. Desde que, é claro, que não sejam deturpadas em função de fanatismo. Essa é a grande expectativa que eu tinha para a produção da Rede Record. É difícil fazer a avaliação de apenas um capítulo, mas fiquei com a sensação de que a emissora leva ao ar uma obra bem honesta e nada tendenciosa a um dogma específico. A parte técnica também é belíssima. De primeiro mundo mesmo. A direção de arte, os figurinos, o som e a luz da minissérie são tão bonitas que parecem cinema. Dá gosto ver uma produção caprichada e com grande respeito pelo público.
Novatos ainda na telinha, Marcos Pitombo (Rei Assuero) e Gabriela Durlo Hedassa/Ester) têm dois personagens complexos nas mãos, mas demonstram segurança em cena, ela ainda mais do que ele. Muito boas também as presenças de Ewerton de Castro (Mordecai) e Paulo Gorgulho (Hamã), já Daniella Galli (Rainha Vasti) gritou demais, fez caretas em excesso e sua atuação exagerada por pouco não prejudicou o bom andamento do programa. Mas ficarei 100% ligado na série porque o aperitivo que foi apresentado me deixou na boca um gostinho de quero mais.
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