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segunda-feira, 5 de abril de 2010

A VOLTA DE FORÇA TAREFA


A segunda temporada de “Força tarefa”, prevista para estrear amanhã na Globo, é sobretudo autoral: tem a marca forte de seu diretor, José Alvarenga, e a assinatura clara de seus roteiristas, Marçal Aquino e Fernando Bonassi. De Alvarenga há o acabamento, a preocupação de não perder de vista uma boa história enredando-se no mau caminho das divagações estilosas, pecados de tantos diretores de TV, principalmente em seriados. Embora ainda com muitas externas, “Força tarefa” agora promete mais drama psicológico. É a câmera que dá a pista, com muitos closes e mais introspecção.




A direção de atores também chama a atenção, de novo ponto para Alvarenga. Isso, entretanto, não diminuiu o desempenho maravilhoso de Murilo Benício, um ator que surpreende a cada novo trabalho. Nesta temporada ele aparecerá ainda melhor, mais gordo, tenso, pesado e sobrecarregado. É a expressão da sua entrega ao personagem com um resultado espetacular. Fabíula Nascimento e o grande Milton Gonçalves também são destaques do episódio, que conta ainda com dois destaques: Luciana Santos e Thalita Ribeiro. Pena só que Hermila Guedes, ótima atriz, continue sendo desperdiçada em cenas insignificantes.



O episódio, intitulado “L22Q46S38”, tem viradas, ganchos e causa pequenos sobressaltos. É o suficiente para eletrizar, o que é indispensável a um programa policial. Por outro lado, também é possível reconhecer — na trama de mãe e nora (Amélia e Luana) — um certo desalento já visitado por Bonassi na literatura (em “Subúrbio”). Há as filosofadas desnecessárias concentradas nos diálogos de Wilson com o fantasma Jonas (Rogério Trindade), mas é o único crime do seriado. Desta vez, “Força tarefa” ganhou cinco minutos o que, em televisão, é bastante. Um tempo bem-aproveitado, com mais folga para desenvolver a história. Vale conferir.



FONTE PATRICIA KOGUT

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