Uma semana no morro Dona Marta, algum tempo em centros espíritas e pesquisas na Oscar Freire, uma das ruas do comércio mais sofisticado de São Paulo. O pacote eclético é parte do laboratório que será levado ao ar a partir de segunda em "Escrito nas Estrelas".
Mais uma novela espírita da Globo, esta, das 18h, não terá os verdes gramados que faziam as vezes de Paraíso em "A Viagem" (1994). Terá, por outro lado, efeitos especiais.
A trama: o jovem Daniel (Jayme Matarazzo), filho de Ricardo Aguillar (Humberto Martins), morre e é recebido no "Céu" pelo anjo Seth (Alexandre Rodrigues).
Segurado por cabos (invisíveis com o fundo verde do estúdio), o jovem sobrevoa o Rio com o anjo, passando por túneis e morros. Em alguns casos, os atores gravaram cenas na água --e o espectador os verá alçando voo pela cidade.
Já o Paraíso é mais lúdico, segundo o diretor Rogério Gomes (de "Sinhá Moça", "Paraíso", entre outras). "Até tentamos cenários naturais bonitos, como o Pico das Agulhas Negras, mas não gostamos. O lúdico ficou melhor", diz. O "outro lado" da vida terá fotografia estourada, muita luz e cores.
Ricardo (Humberto Martins) discute com Daniel (Jayme Matarazzo) em cena da novela "Escrito nas Estrelas"
A favela, de onde vem a heroína-protagonista, também é "lúdica": a Globo construiu um barraco no Dona Marta, favela em Botafogo, zona sul do Rio. É de lá que saem cenas de ação da novela, em que Viviane (Nathalia Dill), boa e humilde moça da favela, foge de policiais.
A atriz teve a câmera presa ao corpo enquanto corria. A ideia é causar sensação de "caos" no espectador. No meio da fuga, ela entra no carro de Daniel e sofre com ele o acidente, que levará à morte do rapaz.
O texto, de Elizabeth Jhin, tem como uma das inspirações o filme "Asas do Desejo", de Wim Wenders. No longa de 1987, o efeito dos voos dos personagens era "toscão", bem menos "high-tech" que os da Globo, na opinião do diretor.
Sem tanta tecnologia, a novela terá as muitas aparições de Daniel, todo vestido de branco. Seu pai descobre que ele havia congelado sêmen para uma pesquisa e buscará a mulher ideal para gerar o futuro neto.
A moça da favela é candidata, é claro. Mas vai concorrer com a fútil Beatriz, vivida por Débora Falabella. Foi ela quem fez laboratório longe de centros espíritas, passeando na luxuosa rua Oscar Freire.
FONTE FOLHA ONLINE
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