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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Entrevista com Renata Dominguez


Por Neia Meneses / Foto: José Célio
Renata Dominguez é uma daquelas mulheres que, quando você conhece, não esquece jamais. Simpática e apaixonada pelo trabalho, a atriz se considera uma “mulher-moleca”, muito diferente da protagonista Bate-Seba, da minissérie Rei Davi, que ela explica ter uma sensualidade natural. “Esta é a personagem mais madura que fiz. Eu brinco muito dizendo que eu tenho apenas 13 anos. Ela é sensual e eu não exploro isso em mim”, revela. Trabalhando na Record desde 2004, a carioca de 31 anos estreou na emissora em “A Escrava Isaura”. Nos anos seguintes, participou de “Prova de Amor” (2005), “Bicho do Mato” (2006), “Amor e Intrigas” (2007) e “Promessas de Amor” (2009). Com isso, a atriz consolidou o trabalho na emissora. Em entrevista, Renata fala sobre os desafios de interpretar a personagem que despertou a paixão no rei Davi e das dificuldades em dar vida a Bate-Seba.
Você já conhecia a história de Davi?
Conhecia superficialmente. Quando a gente ouve falar de Davi, lembra sempre de Golias e Bate-Seba, mas eu não conhecia a história a fundo. Quando fui chamada para fazer e comecei a estudar, todas as pesquisas sempre questionavam o caráter de Bate-Seba. E eu me perguntava: “Seria ela uma vilã ou mocinha?” Então, esse foi um desafio muito grande. Apesar de ser uma mulher de personalidade forte e com um caráter heroico, ela não deixa de ser uma heroína porque não se curva às convenções sociais do seu tempo.

Como é a sua personagem?
Bate-Seba era decidida, misteriosa, de poucas palavras e, apesar de ter esse caráter heroico, era apenas um ser humano. O desafio foi interpretar Bate-Seba e passar para os telespectadores o ser humano que ela foi; que erra, tem falhas, dúvidas, impulsos. Ela pecou, errou, se arrependeu com sinceridade, pediu perdão a Deus e pagou um preço muito alto por isso. Ela obteve o perdão de Deus e deu a volta por cima. Aliás, os dois personagens centrais são assim: tanto Davi quanto Bate-Seba não são herói nem heroína, são seres humanos com todas as suas complexidades e falhas, que aprenderam com isso e cresceram. E isso é uma lição de vida para nós, porque estamos aqui para isso: para aprender com os nossos erros.
O que a personagem agregou na sua vida?
Bate-Seba trouxe muito ensinamento. Renovou a minha fé com certeza, serviu de exemplo para mim. Eu acho inclusive que ela veio em boa hora, porque como eu me identifiquei muito com ela, espero que o público se identifique também e a tenha como exemplo. Nós estamos em um mundo muito complicado hoje em dia, sem valores, sem referências, sem limites, e de repente uma história assim, de dar a volta por cima, se arrepender, se regenerar, perdoar, serve de inspiração para todos nós.
Como foi o processo de caracterização da personagem?
Na minissérie, eu uso lentes de contato. A Bate-Seba é toda pensada, porque como ela tem uma sensualidade natural, precisa destoar no meio da multidão. Ela tem de chamar a atenção de Davi. E quem é essa mulher que conseguiu virar a cabeça de Davi, um rei amado pelo povo, com coração tão puro, tão ingênuo, tão fiel a Deus? Então, existe esse mistério ao redor de Bate-Seba. Ela tinha uma sensualidade natural, nada forçado, e ela foi pensada em cima de coisas que dessem essa impressão.
Quais foram as principais características adotadas para dar esse tom à personagem?
O cabelo, o tom de pele e o olhar são muito marcantes nela. O primeiro encontro deles é olho no olho, então, eu uso lentes verdes; no cabelo, são cinco camadas de aplique. O processo de preparação dura três horas todos os dias. Bate-Seba foi pensada para exalar essa sensualidade natural, o que justifica conseguir chamar a atenção de Davi. Ela chora muito, é uma personagem dramaturgicamente muito intensa.
Qual foi a cena mais difícil?
Foi o momento em que o meu primeiro filho morre nos meus braços ainda bebê. Foi muito difícil porque não sou mãe ainda e teve uma carga dramática intensa, que me abalou muito. De uma maneira geral, a história da Bate-Seba é muito densa, tem muito sofrimento envolvido. Quando a gravação acabou, estava no chão soluçando de tanto chorar. Me chocou bastante a imagem de ter uma criança morta em meus braços.
E como foi gravar depois dessa cena?
Foi complicado porque no mesmo dia eu tive que gravar a cena do parto do Salomão, que é a redenção. Aliás, ela é a primeira mulher da linhagem de Jesus; então, realmente foi perdoada. Ela não é vilã, porque se Deus a tornou digna de fazer parte da linhagem de Jesus, ela não tem como ser vilã. Foi um ser humano que não era 100% nobre, como a gente também não é. Bate-Seba é a personagem mais intensa que fiz em toda a minha carreira.
O que o público pode esperar?
O que há de mais qualidade em teledramaturgia em todos os sentidos. Tenho de ressaltar o trabalho da equipe inteira, porque todos os departamentos se empenharam ao máximo para fazer um trabalho grandioso. 
FONTE: ARCA UNIVERSAL

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