Clique sobre a imagem e conheça a página do autor na Amazon!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Antonio Sproesser, o médico que comanda o "E aí, doutor?", da Rede Record


Por Carlos Gutemberg / Fotos: Plinio Zúnica
Desde o último dia 23 de maio, todas as tardes, um médico passou a fazer “plantão” na tela da Rede Record de Televisão – de segunda a sexta-feira. Trata-se do clínico geral Antonio Sproesser, que comanda o programa “E aí, doutor?”. De forma descontraída e com uma linguagem simples, ele aborda assuntos relacionados à saúde e à qualidade de vida das pessoas, com o objetivo de encorajar os telespectadores a viver mais e melhor.
Médico de família e especialista em qualidade de vida há 34 anos, Antonio começou sua carreira como médico-assistente de cirurgia do trauma no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Atualmente, o doutor concilia sua rotina de atendimentos aos seus pacientes no Hospital Albert Einstein – na zona oeste da capital paulista –com as gravações e a vida agitada de um apresentador de tevê.
Nesta entrevista ao Portal Arca Universal, ele fala da boa receptividade do público ao programa, bem como sobre a necessidade de levar mais informação com conteúdo de qualidade às pessoas pelos meios de comunicação.
Como surgiu o convite para comandar o programa “E aí, doutor?”?
Eu estava trabalhando no meu consultório e a minha secretária avisou que havia uma equipe de televisão do lado de fora querendo conversar comigo. Eles me convidaram para fazer alguns testes para apresentar um programa de tevê. Depois disso, fui saber do que se tratava, qual era o formato e quem estava por trás daquela ideia. Como morei 15 anos nos Estados Unidos, eu já conhecia o “The Dr. Oz Show” – um programa semelhante – e me interessei na hora, por ser uma atração de utilidade pública, que traz muita informação para a população. Também soube que era a Rede Record que estava querendo trazer isso para o Brasil, um canal sério, então, eu aceitei.
O senhor teve algum receio de ir trabalhar na televisão?
Eu passei por vários testes até ser aprovado. Não foi fácil. Geralmente, os médicos têm receio de televisão, medo das câmeras. No meu caso, eu tinha concedido algumas entrevistas, apenas. Mas, para minha grande surpresa, eu me senti em casa. Apesar da minha falta de experiência, as primeiras gravações foram tranquilas, bem melhores do que eu esperava.
O que um médico pode trazer da sua experiência em consultórios e hospitais para agregar à televisão?
Certamente há muitas coisas para trazer. Uma delas é a possibilidade de incentivar as pessoas a levar a saúde mais a sério, de forma preventiva, pois o grande problema é quando se fica doente. Nessa hora, é preciso ir ao hospital, tomar remédio e, dependendo da situação, corre-se o risco de perder a vida. A medicina preventiva, que pouca gente fala e faz, deveria ser trazida para a televisão, que é um veículo de extremo alcance e importância. As pessoas assistem mesmo. Todos nós sabemos que a tevê pode levar ao telespectador coisas de muita importância, de média ou nenhuma importância. Quando vemos um programa com conteúdo, como o “E aí, doutor?”, voltado para população que está carente de boas notícias, eu acho isso um espetáculo.
O senhor acredita que há mais espaço nos meios de comunicação para tratar de conteúdos como o do seu programa?
Eu acho que todas as emissoras de televisão e rádio, além dos jornais e até mesmo o cinema, deveriam explorar mais conteúdos desse tipo. Eu lembro que quando eu era criança, e ia ver filmes, era comum, antes do início das sessões, a apresentação de notícias relevantes. Isso era muito interessante, mas hoje não existe mais. Acredito que as pessoas têm curiosidade de saber novidades, coisas úteis e esclarecedoras. Hoje, se pegarmos um jornal para ler, infelizmente vamos perceber que mais de 90% do que está escrito trata de coisas ruins. Na vida também é assim. Existem pessoas boas e ruins. Cabe a cada um de nós escolhermos com quem queremos andar.
O senhor vê diferenças entre o que faz em seu consultório com o seu trabalho na tevê?
Eu acredito muito no que estou fazendo na televisão e estou muito feliz por isso. Saio do meu consultório e venho para o estúdio, na tevê Record, mas continuo praticando medicina. Eu não visto uma fantasia de um personagem no programa. Estou como se estivesse em casa, fazendo o que gosto.
Como tem sido a receptividade das pessoas ao programa?
Fico impressionado com a boa receptividade ao programa e também a mim. Eu nunca recebi críticas negativas sobre o nosso trabalho. São sempre comentários bons, de pessoas que pedem mais informações sobre determinados assuntos.
O senhor procura ouvir os pedidos das pessoas nas ruas e abordar esses assuntos na tevê?
Claro. Alguns telespectadores, por exemplo, me pediram para falar sobre Alzheimer, por terem parentes com o problema. Eles queriam descobrir se a doença é hereditária. Também recebo muitas dúvidas do tipo: “O que posso comer, já que tenho pressão alta?”; “O que devo evitar ingerir para não engordar?”; “Como controlar o colesterol?”. São coisas do dia a dia das pessoas que a gente gosta de saber, para que possamos esclarecer no programa.
Para isso, sempre trazemos convidados, especialistas no assunto, que discutem o tema comigo. Às vezes, esses profissionais têm um linguajar médico e o meu papel é traduzir o que os meus colegas falam para uma linguagem mais simples.
O senhor acredita que programas como o “E aí, doutor?” ajudam a humanizar a figura do médico?
Ajudam sim e também humanizam a medicina que, às vezes, é vista como algo muito distante, sendo considerada uma ciência exata ou filosófica. Na verdade, trata-se de uma arte de viver, assim como a arte de tocar violão, pintar quadros. É um autoconhecimento que precisa ser veiculado por instrumentos importantes, de alcance, e que sejam fidedignos. Nosso conteúdo precisa ser passado de forma clara, por pessoas experientes, para que o público consiga guardar essas informações.
Mudou alguma coisa na sua relação com os pacientes depois que o senhor passou a comandar o programa?
Sempre tive uma relação muito próxima com os meus pacientes. Se você for ao meu consultório poderá constatar que eu costumo atendê-los, às vezes, durante mais de uma hora. Claro que hoje em dia muitas pessoas chegam até mim e falam: “E aí, doutor?”. Mas isso é algo que sempre existiu.
Os pacientes chegam ao consultório mais esclarecido hoje do que antes?
Posso dizer que alguns sim e outros não. Se for um paciente mais jovem, mais acostumado com as novas mídias, como a internet, ele já chega ao consultório até sabendo do tratamento de determinadas doenças. As pessoas de mais idade, que não estão muito ambientadas com novas tecnologias, ainda têm muitas dúvidas.
O que mudou na sua rotina de trabalho?
Eu gravo duas vezes por semana e também faço algumas tomadas externas. Além disso, sempre participo de outros programas na Record, como o do "Gugu" e o “Legendários”, por exemplo. Faço isso com muito prazer, pois sei que nessas ocasiões estou ajudando alguém, mesmo que seja de forma extrovertida. Fora isso, continuo atendendo do mesmo jeito. Vejo meus pacientes, interno, visito-os na casa deles, sempre procurando administrar tudo isso muito bem.

FONTE: ARCA UNIVERSAL

Um comentário:

  1. "E aí Doutor?" era um ótimo programa, pena que saiu do ar sem explicações,nós telespectadores
    não entendemos pq isso tem acontecido em algumas
    emissoras,com certeza estava incomodando alguem!

    ResponderExcluir