Expansão dos evangélicos na África preocupa a Igreja Católica Fiéis são sobretudo jovens cansados do ritual "frio" das missas católicas
A expansão de igrejas evangélicas na África preocupa os dirigentes da Igreja Católica. O tema entrou no centro das discussões do sínodo [reunião de bispos] do continente, que acontece até o próximo dia 25 no Vaticano.
Em Abidjan, na Costa do Marfim, como em muitas outras cidades africanas, observa-se uma rápida propagação das novas comunidades. A Igreja Universal, por exemplo, comprou vários cinemas da cidade e faz muita propaganda na rádio e na TV.
Segundo uma pesquisa realizada em 2006 na República Democrática do Congo, havia entre 12 e 13 mil igrejas Despertar apenas na capital, Kinshasa.
A mensagem destas igrejas se centra basicamente na realização de curas e milagres através de exorcismo, além da promessa de riqueza e outros bens materiais, tudo ao ritmo de músicas que contrastam com a tradicional missa católica, considerada "muito fria" pelos fiéis, segundo explicou o reverendo Bruno, da Igreja do Despertar de Kinshasa.
Vaticano critica evangélicos
No Vaticano, Alfred Adewale Martins, bispo de Abeokuta (Nigéria) se referiu aos evangélicos como "grupo geralmente muito agressivo, que fala da Igreja Católica como uma igreja morta".
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- Eles querem acabar com a Igreja Católica, tanto no que diz respeito a sua influência como ao número de seus fiéis.
Os bispos concordaram que o sucesso dos evangélicos se alimenta do mal-estar de uma população que vive num continente afetado por conflitos e onde a corrupção prospera graças à pobreza.
Por sua parte, o monsenhor Robert Murhiirwa, bispo de Fort Royal (Uganda), disse que os muçulmanos e os evangélicos "gastam milhões de dólares em nossos países para atrair os jovens". O monsenhor Felix Alaba Adeosin Job, arcebispo de Ibadan (Nigéria), protestou contra a expansão dos grupos:
- Esses ataques [dos evangélicos] capturam nossos membros mais vulneráveis: os jovens e os adultos jovens.
Já o cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, disse que se deve "enfrentar este desafio urgente com uma atitude de autocrítica".
A declaração vai na linha do bispo Martins: "Não é uma batalha, e sim um desafio".
Fonte: R7
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