Por Jaqueline Corrêa
Um grande rei queria provar a lealdade de seus servos, oficiais e soldados. Ele estava rodeado por pessoas que aparentavam ser fiéis, mas não conseguia ter certeza se de fato podia contar com todos.
Para poder certificar-se da fidelidade deles, pensou em dar a filha mais bela em casamento àquele homem que simplesmente fosse verdadeiro. O rei nada disse a ninguém, apenas à rainha, que imediatamente aceitou a proposta secreta do marido.
O rei, no entanto, não sabia o que planejar para saber qual de seus oficiais, ministros e até soldados era leal o bastante para poder confiar e casar a sua filha.
Um dia, usando o seu finíssimo vestuário, ofereceu um baile a todo o povo do reino. Todos foram devidamente paramentados. As mulheres com seus elegantíssimos vestidos e chapéus e os homens com suas gloriosas roupas de gala.
A plateia aguardava o rei ansiosa, e quando ele surgiu, foi ovacionado por todos. No entanto, à medida que caminhava, todos os olhares iam em direção à sua capa vermelha, que, de tão grande, caía por seus ombros, cobrindo-os.
Era uma bela capa, mas os olhares não significavam, precisamente, admiração. Algumas mulheres cochichavam umas com as outras, outras riam e apontavam discretamente e alguns homens esbarravam o cotovelo no braço de outros.
– Que vergonha! Será que a rainha não viu isso? – alguém se indignou.
– Aff! Não é possível que ele não se olhou no espelho! – outra pessoa murmurava contrariada.
O rei subiu ao palanque e cumprimentou a todos. De cima viu as risadinhas, os cochichos e os gestos nada elegantes do povo que se reunia em baixo. Querendo entender do que se tratava, chamou em particular seus principais oficiais e ministros.
“Certamente um deles vai me dizer o que está acontecendo, e por que estou sendo vítima de tanta chacota”, refletiu.
Um por um foi entrando na enorme sala de reuniões, e esperou que eles falassem. Quando todos estavam reunidos, um grande silêncio se fez na sala. Um olhava para o outro, mas nenhum deles disse nada.
“Não é possível! Será que ninguém vai me dizer o que está havendo?”, pensava o rei muitíssimo irritado.
Até que um dos oficiais falou:
– Excelência, gostaria de dizer que esse broche em sua capa é bastante estiloso, o que faz aumentar ainda mais a sua elegância!
O segundo aproximou-se e disse:
– Acredito que essa moda que a vossa excelência criou logo estará presente no meio dos seus servos, afinal, o senhor tem extremo bom gosto. – E assim sucedeu com cada um dos oficiais até o último.
Porém, um certo servo, vendo que todas aquelas palavras eram pura demagogia e falsos elogios, criou coragem e afirmou em alto e bom tom:
– Excelência, eu sei que isso não é da minha conta, muito menos deveria lhe dirigir qualquer palavra sem ser chamado, mas gostaria de lhe informar que essa baita barata que está em sua capa é horrível e pavorosa!
Todos os oficiais ficaram admirados com a coragem daquele rapaz, mas, ao mesmo tempo, constrangidos por não terem pelo menos um pouco dela.
O rei, demonstrando surpresa, explicou:
– Esperei que os meus oficiais fossem leais e corajosos o suficiente para me dizerem o que havia em minha roupa. Imaginei que eu pudesse confiar na lealdade e fidelidade de cada um de vocês, mas vejo que me enganei. Eu coloquei, propositadamente, essa barata em minha capa, para ver que homem seria autêntico para me dizer o que eu precisava saber. E, como recompensa, daria a minha filha mais bela em casamento. O único capaz de me dizer a verdade, entretanto, foi este servo fiel. Ele, portanto, será o meu genro e o homem em que mais confiarei dentro do meu reino.
Para refletir
Uma das grandes qualidades de uma pessoa é a autenticidade. Porém, muitas vezes, o medo pode fazer com que a verdade fique escondida ou impedir o nosso crescimento, por pura falta de coragem.
Confie em você e nas suas habilidades e crie coragem para lutar por seus sonhos e defender o que acredita. A falta de autenticidade pode acabar com muitas oportunidades.
“...Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares.” Josué 1.9
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