Por Tany Souza
Tudo começou em 1999, pela internet. Durante 4 anos, a professora Paula Belmino e o metalúrgico Reinaldo Rodrigues trocaram e-mails e telefonemas diários, o que resultou em um namoro à distância, já que ela morava em Lagoa Nova, no Rio Grande do Norte, e ele, na capital paulista.
Em dezembro de 2003, ela foi para São Paulo para conhecê-lo pessoalmente. Quando voltou para sua cidade natal, descobriu que estava grávida. “Sabe quando a gente pensa: ‘Isso nunca vai acontecer comigo’?”, diz ela.
O acompanhamento da gravidez também foi à distância. Reinaldo não podia deixar o trabalho para ficar com Paula, por isso, se falavam todas as noites. “Contava as novidades, o ultrassom, o que estava sentindo. Mesmo de longe, ele sempre esteve presente e mandava dinheiro para comprar as coisas para o nosso filho”.
Estava tudo correndo bem. Quando a bolsa rompeu, a professora foi para o hospital de Lagoa Nova, que não tinha um centro cirúrgico. As enfermeiras conseguiram detectar que o cordão umbilical estava em volta do pescoço do bebê. “Mesmo assim, elas pediam para eu fazer força. Quando o caso começou a ficar grave, me transferiram para outra cidade, mas já era tarde”. Foi feita uma cesariana para tentar salvar a criança, que ainda estava viva, mas não deu tempo.
Este foi o momento em que tudo começou a ficar triste para Paula. Ela parou de fazer uma das coisas de que mais gostava, que era escrever poesias, ficou depressiva e teve que ficar 1 mês acamada, se recuperando de uma infecção no corte da cesariana. Depois de recuperada, voltou para São Paulo, para passar o Natal de 2004 e o Ano Novo com Reinaldo.
Para ela, era um tempo de descanso, para esquecer o que tinha acontecido. Marcaram de ir para Goiás, passar as datas comemorativas na casa de familiares. Foi quando os dois sofreram um acidente de ônibus. “Por volta das 6 da manhã do dia 25 de dezembro caímos de uma ponte, a 20 metros de altura. Reinaldo perfurou o pulmão e eu quebrei a perna”, lembra ela, que ficou 6 meses andando de cadeira de rodas, sem poder colocar o pé no chão, morando na cidade de São Paulo.
Recomeço
Aqueles meses serviram para reconstruir sua vida. “Como eu quase não podia me mexer, usei o tempo para estudar. Fiz a inscrição em um concurso público, concorrendo a uma vaga de professora do estado. Passei e fui logo chamada. Para mim, foi o renascimento da minha vida”, diz Paula, emocionada.
Ela conta que se sentia incomodada em morar com Reinaldo sem que estivessem casados. “Queria arrumar tudo e recomeçar”. Assim, em fevereiro de 2006, os dois se casaram no civil e receberam a bênção na igreja.
Logo depois do casamento, resolveram que era a hora de ter outro filho. “Fiz o exame, mas não sabia ler o resultado com tantos números. Então, liguei para o meu médico, que me disse: ‘Não deu positivo, deu positivíssimo.’ Minha felicidade foi tanta que voltei a escrever poesias”. Uma delas para a filhinha que estava a caminho:
“Positivo? Não, Positivíssimo!
Essa era a palavra que eu queria ouvir
Nada de surpresa
Pois eu já esperava
Tinha certeza
Da tua vida dentro de mim
Só queria confirmar o presente
Que veio do céu de repente
O amor de Deus ao meu ventre”
Essa era a palavra que eu queria ouvir
Nada de surpresa
Pois eu já esperava
Tinha certeza
Da tua vida dentro de mim
Só queria confirmar o presente
Que veio do céu de repente
O amor de Deus ao meu ventre”
Desde então, tudo começou a melhorar na vida do casal. Em outubro de 2008, nasceu Alice Rute, além disso, o casal recebeu indenização da empresa de ônibus pelo acidente e comprou um apartamento. Em 2010, Paula passou em outro concurso público, agora para lecionar pela prefeitura de São Paulo, foi uma das primeiras a serem chamadas e ainda conseguiu uma escola do lado da casa dela.
Hoje, Paula, Reinaldo e Alice formam uma família construída com muita garra, força de vontade e, acima de tudo, muito amor. Uma lição de vida para aqueles que, na primeira dificuldade, param de acreditar que tudo pode dar certo.
FONTE: ARCA UNIVERSAL
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