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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Entrevista com Carlos Hildorf, especialista em atitudes no ambiente de trabalho


Por Débora Ferreira

Com um vasto currículo como palestrante no Brasil e em outros países, como Alemanha e México, Carlos Hildorf é especialista em tudo que está ligado a atitudes no ambiente de trabalho e relacionamento. Em conversa com o Portal Arca Universal, o profissional dá dicas bastante interessantes de como agir.
Quais as recomendações para que as iniciativas no trabalho e na vida não sejam interpretadas como excesso?
Nossas melhores intenções precisam ser colocadas em prática com bom senso e respeito às outras pessoas. Considere sempre a maneira de pensar e agir de quem convive com você e coloque-se à disposição de ajudar, sempre respeitando o temperamento e a personalidade do outro. Faça suas sugestões com humildade e sem exercer pressão. As pessoas se sentem ameaçadas quando colocadas sob pressão, mesmo quando percebem que nossas intenções são boas. Procure apresentar seus argumentos de uma forma que o outro possa, por ele mesmo, chegar à conclusão necessária. Jamais faça nada que possa ferir as fraquezas emocionais das outras pessoas.
Qual é a atitude mais equivocada de um profissional no trabalho?
Qualquer atitude vinda de egoísmo e vaidade são sempre grandes equívocos que, cedo ou tarde, trarão sérios prejuízos à vida pessoal e profissional. Profissionais que querem se servir da empresa ou cargo unicamente para objetivos pessoais estão tomando um caminho desastroso. No mundo em que vivemos hoje, somente as pessoas bem resolvidas, conscientes de seu valor e livres dos desvarios da vaidade conseguem se colocar na posição de servir – dedicar-se de coração – a uma causa, obra, empresa ou função. Servir, no contexto que estamos tratando, é uma atitude de grandeza da alma.
Há ações que podem determinar o sucesso na vida profissional?
Não há receita para o sucesso, mas há ingredientes. E, estes ingredientes podem ser chamados de atitudes vencedoras, que são todas aquelas que contribuem com nosso crescimento e que expandem nossas potencialidades. Elas resultam em especial fonte de prazer e satisfação, nos completam, trazem sentido à nossa vida, tornando-nos plenos. São atitudes que transformam dificuldades em oportunidades. Sucesso é consequência de uma postura de valor diante dos desafios e oportunidades. Hoje, as melhores empresas contratam pelo caráter e treinam as competências. As atitudes que demonstrem nossa vivência destes valores serão sempre apreciadas e abrirão mais portas para novas e melhores oportunidades. Foque sempre em agregar valor à vida e aos negócios.
Quais são os passos para se destacar?
A melhor maneira de se destacar é colaborar para o sucesso de todos os que compõem a nossa equipe de trabalho. Esta postura nos fará ser reconhecidos como pessoas de verdadeiro valor e nossas competências serão demonstradas de maneira solidária, ganhando respeito e admiração legítima. Caminhos individualistas geram sempre desconforto e boicotes, conscientes ou não, por parte de outros colegas; colocando-os em oposição a qualquer destaque que pudéssemos obter. De uma maneira simples, podemos propor cinco passos: mantenha a humildade; colabore para que os outros também obtenham destaque; nas tarefas que cabem exclusivamente a você, faça sempre mais do que o esperado, dedique esforço extra; reconheça sempre o valor e as contribuições das outras pessoas da equipe; e nunca se apodere de ideias e conquistas que não são suas. Compartilhe os méritos.
O que diferencia a mesma ideia pensada por pessoas distintas?
O valor de uma ideia depende da importância que atribuímos à pessoa que a propõe, sua credibilidade, bom senso e lucidez. Existe uma questão fundamental na vida que é a chamada força moral. Somos nós que emprestamos valor às ideias que defendemos. Façamos de nossa postura na vida o alicerce sobre o qual fundamentaremos nossas ideias, assim seremos sempre bem recebidos.
Existem atitudes que certamente serão vencedoras? Quais são elas?
Há um amplo rol de atitudes que atendem a esta especial postura. Em meu recente livro, “51 Atitudes Essenciais para Vencer na Vida e na Carreira”, apresento uma reflexão sobre cada uma delas. A humildade, a disposição de servir, empatia, capacidade de inovar e agregar valor, bom humor, persistência, comprometimento, proatividade e a disciplina estão entre elas.
No âmbito relacionamento, qual a atitude primordial para uma convivência duradoura com o parceiro?
Conviver é “viver com”, e para viver com outra pessoa precisamos procurar, continuamente, conhecê-la e respeitá-la em profundidade. Nada de imposições, manipulações e chantagens emocionais na tentativa de fazer com que o outro pense e aja como nós pensamos e agimos. Agir assim é desastroso para os relacionamentos. Relacionar-se é interagir e compartilhar. Qualquer ideia de assumir o controle ou o poder no relacionamento começa imediatamente a destruí-lo. Procure aprender com o outro, ele sempre enxerga algo que nós não enxergamos e vice-versa. Ampliamos nossos horizontes quando passamos a “olhar a vida por outros olhos”. Mesmo diante das inevitáveis diferenças de opinião e até conflitos, não podemos esquecer que estamos nisso juntos. Não importa qual dos dois tem razão, o que importa é que juntos possam compreender qual é a melhor solução para o problema que estão enfrentando. Não se trata de um contra o outro em uma competição pela razão, mas ambos enfrentando um problema comum.
Como a pessoa deve agir para não se precipitar em nada?
Precipitação é o que acontece quando agimos motivados pela ansiedade e pelo descontrole emocional, sem tempo necessário para raciocinar, refletir e buscar as informações necessárias para agir. Para diminuir o risco de precipitações, podemos adotar os seguintes cuidados: evitar tomar decisões importantes quando estamos muito cansados ou emocionalmente alterados; compartilhar o problema com pessoas de nossa confiança que possuem bom senso para nos ajudar a raciocinar melhor; e buscar mais fontes de informação que nos permitam ampliar nossa compreensão do problema.
Existe alguma dica ou sinal de qual é o momento certo?
Considerando que estamos buscando saber qual é o momento certo para agir, ele está sempre no meio do caminho entre a precipitação e a procrastinação – adiamento crônico. A procrastinação ocorre sempre que possuímos as informações necessárias e as condições para decidir e não o fazemos. Nestes casos, deixamos que o medo de tomar decisões e agir congele nossa iniciativa e passamos a deixar tudo sempre para depois, um momento que muitas vezes nunca chega. A dica do momento certo para agir consiste em observar se estamos emocionalmente em equilíbrio; se possuímos as informações necessárias para decidir e agir; se estamos conscientes de que nossa decisão e ação não prejudicarão outras pessoas; e se percebemos que decidir e agir agora diminuirá o problema ou impedirá que ele cresça e gere outros problemas.
Qual seu comentário sobre o lema “melhor se arrepender do que fez ao invés de se arrepender do que não se fez”?
Toda generalização é perigosa. Esta frase é parcialmente verdadeira e, portanto, parcialmente falsa. Muitas pessoas usam esta frase por falta de humildade e consciência. Usam a frase para arrumar desculpas nobres para atitudes pobres, ou seja, tentam justificar todos os seus erros e irresponsabilidades. Esta é uma atitude lamentavelmente tola. Uma ilusão perigosíssima. A frase só é verdadeira para o caso das pessoas que estão se referindo a tentativas éticas que não deram certo, ou seja, é melhor nos arrependermos de termos feito a coisa certa mesmo que os resultados não tenham sido os esperados do que não termos feito o que fizemos.
O fato de não agir em determinado momento pode ser considerado uma atitude?
Pode sim. A prudência e a paciência, em determinados momentos, pedem que adiemos uma determinada ação. Nestes casos estamos tomando as atitudes delas no lugar de outra à qual renunciamos temporária ou definitivamente.
Qual a sua orientação nos casos em que a pessoa percebe que tomou a atitude equivocada?
Errar é humano, consertar é divino. Jesus nos aconselhou através da recomendação a seus discípulos: “Sede perfeitos, como Vosso Pai Celestial é Perfeito.” O tempo verbal orienta que devemos buscar a perfeição que ainda não possuímos. Esta perfeição inclui os atributos com os quais compreendemos a Deus, entre eles, a justiça. Assim, se erramos, a melhor atitude é buscar imediatamente corrigir nosso erro e neutralizar as consequências que este erro possa ter ocasionado. Um erro não é o fim do caminho ou do mundo; por mais grave que possa ter sido é sempre possível recomeçar. Tenhamos humildade, vencendo o ego e a vaidade e caminhando na direção da reparação dos nossos erros. Nenhum ato é mais heroico do que vencermos a nós mesmos.
FONTE: ARCA UNIVERSAL


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