Clique sobre a imagem e conheça a página do autor na Amazon!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

UMA ENTREVISTA GEORGE CLOONEY


Se existe um fio de esperança nos grandes astros de Hollywood, ela reside em George Clooney. O ator de 48 anos é um dos poucos representantes do estilo ''velha guarda'' do cinema americano: charmoso, politicamente ativo e, acima de tudo, relaxado com seu papel de astro e símbolo sexual. Tão relaxado, que já anda com a nova namorada, a apresentadora e modelo italiana Elisabetta Canalis, 31, pelos festivais, apresentando seus três novos filmes, The Men Who Stare at Goats, Amor Sem Escalas e O Fantástico Sr. Raposo. Foi para conversar sobre esta última produção - a animação stop motion de Wes Anderson (Três É Demais), baseada na obra de Roald Dahl (A Fantástica Fábrica de Chocolate), séria candidata ao Oscar, que George nos encontrou em Londres, vestindo um elegante terno cinza por cima de uma camisa branca com listras azuis. Elegância que só perde para a inteligência.


O que o faz entrar no carro e dirigir até o trabalho nos dias de hoje? O cheque do pagamento (risos). Eu apenas assino o contrato e apareço na hora com minhas falas decoradas (mais risos)! Falando sério, nunca penso no dinheiro, mas na qualidade do roteiro, sobre quem é o diretor e se o papel vai me desafiar e manter meu interesse. A maioria dos filmes é formuláica. As produções se encaixam apenas no que está na moda e no que rende grana.


Você parece apaixonado pelo projeto de O Fantástico Sr. Raposo... Como poderia ser diferente? Sou fã de Roald Dahl desde que me lembro como gente e amo trabalhar com Wes Anderson. Ele me disse que O Fantástico Sr. Raposo foi o primeiro livro que saboreou quando criança e, quando você ouve algo assim, precisa verificar a razão. Não me decepcionei. E também é o primeiro longa de Wes em animação.


Você acha que é um filme infantil? Não, não. Ele tem um apelo para todas as idades. Os adultos gostarão tanto quanto as crianças. Por falar nisso, não acho que seja algo ruim para crianças se assustar com as histórias, contanto que os contos reafirmem que elas estão seguras.


Você tem algo em comum com o sr. Raposo? Temos a mesma voz, sou maior que ele e não acho que conseguiria andar com um terno bege de veludo (risos). Ah, eu também não como galinha crua.


Wes Anderson falou que você foi a única pessoa que ele imaginou como o personagem... Se ele disse isso, é um grande elogio. Na verdade, acho que a primeira escolha era Cary Grant, mas ele infelizmente se foi.


Esse é o tipo de filme que você gostaria de ver seus filhos assistindo? Uma pergunta muito bem conduzida, quero comentar. E totalmente nada a ver. Muito bem (risos)!


Respondendo: sim, seria, se eu tivesse filhos, algo que não tenho. Na verdade, o filho do sr. Raposo é interpretado pelo meu bom amigo Jason Schwartzman, que acabou de se casar. Ele e a mulher certamente terão filhos e vou adotá-los como meus netos. Por falar em adoção, se Brad (Pitt) e Angelina (Jolie) tiverem algum filho sobrando, sempre estou disposto a ajudar (risos). E casamento? Se isso for uma proposta, não, obrigado (gargalhadas)!


E se estiver nos meus planos, pode descansar que não falarei para a imprensa antes. Meu mundinho é cheio de pequenos segredos e eles ficarão assim, escondidos.


Alguma coisa tira seu sono? Ocasionalmente, me ocorre durante algumas horas, que o último filme que rodei pode ser o último da minha carreira. Isso é assustador.


Mas você tem três filmes saindo quase ao mesmo tempo! Pois é. Mas é coincidência pura, porque eles foram feitos nos dois últimos anos. Claro que as pessoas vão ficar pensando: ''Esse cara, o Clooney, ele nunca para?'' Mas asseguro a todos que eu paro, sim. E que sou muito exigente com meus projetos.


Você precisou engordar para viver um agente da CIA em Syriana. Gosta de mudar o físico para os papéis? Sim. Uma roupa de gordo ia ficar muito falsa. O que fiz foi ligar para Renée Zellwegger, minha velha amiga, e perguntar como ela conseguiu ganhar tanto peso para O Diário de Bridget Jones. Ela me falou que umas canecas de cerveja Guinness todas as noites e dois pratos de massa com creme sempre funcionaram. E serviram para mim também!


Então, você não tem uma rotina de exercícios? Não, ginástica frenética não é para mim. Há pessoas que vão para a academia e queimam tudo o que querem em meia hora. Ok, bom para elas. Mas, se estou na bicicleta ergométrica no meu quarto, vou o mais rápido possível em 15 minutos. Não tenho tempo para isso.


E onde é sua casa no momento? Tenho a sorte de possuir casas em Los Angeles e na pequena vila no Lago Como, na Itália. É um lugar magnífico, com bons restaurantes de massas frescas. Amo minha comida e minha bebida - mas sempre com moderação. Quando quero relaxar, volto para o sol e o vinho da Itália.


Bem diferente de Los Angeles, não é? Bastante. Se os habitantes locais me veem andando, eles meio que dão de ombros. Bem melhor que estar no hotel e ter uma multidão do lado de fora. Não digo que não seja enaltecedor, mas é intruso e desconcertante. Fico com vergonha quando as pessoas gritam meu nome quando estou do lado de uma lenda como Robert Duvall. Dá vontade de gritar de volta: ''Ei, o que há de errado com você? Olhe, aqui é Robert Duvall!''.


Você gosta do vinho italiano... Sim, mas meu drinque favorito é Vodca Absolut e Soda, uma receita que um barman batizou de ''Clooney''. Não sei se me sinto honrado ou envergonhado (risos).


Qual o pior filme que rodou durante sua carreira? O Retorno dos Tomates Assassinos não foi uma das minhas melhores escolhas, mas o prêmio vai para Batman & Robin. Eu costumo assistir ao filme de tempos em tempos e é uma grande lição sobre humildade. Foi uma verdadeira reviravolta na minha carreira e um despertar. Aprendi duas coisas: nunca fazer um blockbuster por vaidade e, ainda mais importante, nunca, nunca, vestir uma armadura de borracha com mamilos (risos).


Qual foi a pior crítica que já leu sobre seu trabalho? Não lembro de muitas, mas, quando eu estava fazendo TV, fui descrito certa vez como ''o Tom Selleck dos pobres'' (risos). Essa doeu!


Você tinha um porco de estimação, Max... (Sério) Ele morreu em dezembro de 2004. Era o amor da minha vida. Oficialmente!


Você tem algum lema? Quando alguém diz ''confie em mim'' nessa indústria, o mais sábio é pedir isso por escrito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário