Rico ("Bebê a bordo"), Roland Barral ("Que rei sou eu?"), Gerald ("Vamp") e Zack ("Caça talentos") são alguns dos papéis marcantes de Guilherme Leme Garcia na TV. Afastado das novelas e séries, ele agora se dedica ao teatro. O ator, produtor e diretor estreia no próximo dia 18 a peça "Uma relação pornográfica", em que contracena com Ana Beatriz Nogueira.
- Os personagens se conhecem num site de relacionamento. Ela já tem em mente que quer realizar uma fantasia sexual. Eles marcam um encontro e vão para um hotel. É muito bom e já marcam o segundo. Depois vem o terceiro e o afeto aparece. O ponto forte da peça é mostrar o medo da paixão, de se envolver e de se entregar - explica ele, que recentemente participou de "Rock in Rio - O musical".
Guilherme, que em 2011 fez uma participação em "Insensato coração", diz que o público sente saudades e cobra uma volta à TV:
- Minha vida seguiu muito para o teatro. Não é uma questão de opção, mas de oportunidade. Não alimentei a relação com a TV, da mesma forma que ela não alimentou a relação comigo. Adoraria fazer novamente, se tivesse um produto bacana, mas não depende só de mim. Depende do desejo de me terem lá dentro. Não estou andando mais naquele universo. Às vezes você nem é lembrado. Quando se faz teatro, acham que não há mais interesse na TV.
O ator recentemente acrescentou o Garcia ao sobrenome, uma vontade antiga que ficou mais forte por causa do estado de saúde do pai, que sofre de Mal de Alzheimer:
- Teve uma época em que estudei artes plásticas e comecei a pintar muito. Pensei que, além de ator, teria uma carreira nessa área e, por isso, deveria ter mais um nome. Foi uma brincadeira que rolou há dez anos. Recentemente, tive um problema de saúde sério e, agora que me curei, é como se estivesse num novo tempo, de uma nova vida. Isso ficou martelando na minha cabeça. Por fim, quando estive em São Paulo da última vez, visitando meu pai, vimos que a memória dele está se apagando e que, daqui a pouco, ele não se lembrará mais de nós. E me deu vontade de fazer a homenagem.
O ator, de 52 anos, enfrentou um câncer de garganta no ano passado e diz que não teme a doença:
- Eu tive uma segunda chance. Estou maravilhoso, graças a Deus. Meu câncer foi muito leve e os médicos me deram certeza absoluta de que, se eu fizesse o tratamento correto, me curaria totalmente. Tenho uma certeza, uma intuição muito forte de que não há mais nada no meu corpo. Eu sei disso e os médicos também, pois os exames comprovam. Não vou ficar com medo, até porque posso morrer de qualquer outra coisa. Me sinto totalmente bem e curado.
FONTE: PATRICIA KOGUT
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