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segunda-feira, 19 de março de 2012

Marcílio Moraes diz que quis romper “tabu” das telenovelas com Vidas Opostas


Michel Ângelo/Record
No próximo dia 28 de março, às 21h30 você vai acompanhar a exibição especial de Vidas Opostas, trama de grande sucesso no ano de 2006 na Record, escrita por Marcílio Moraes.
A trama conta a história de habitantes do Morro do Torto, bairro comandado por traficantes no Rio de Janeiro e retrata uma realidade brasileira repleta de contradições, desigualdade e corrupção.
Inserida nesta realidade, nasce o amor de Joana (Maytê Piragibe) e Miguel (Léo Rosa). Jovens de mundos completamente distintos que se apaixonam, e que dá origem ao nome da novela: Vidas Opostas.
Para Marcílio Moraes, a novela é ousada, foge do lugar comum e mostra uma parcela excluída da população que não tem medo de denunciar a opressão dos poderosos, corrupção policial e política.
-Desde que comecei a pensar a sinopse, eu quis romper com esse verdadeiro “tabu” das telenovelas, ou seja, decidi incorporar os excluídos no universo ficcional, conta o autor.
Entre os principais atores da história de Marcílio estão Lavínia Vlasak, Marcelo Serrado, Lucinha Lins, Heitor Martinez, Iris Bruzzi, Luciano Szafir, Babi Xavier, Ana Paula Tabalipa, entre outros, dirigidos por Alexandre Avancini.
Em entrevista, Marcílio contou várias curiosidades sobre a novela, contou como decidiu compor o grande vilão Delegado Nogueira, falou sobre o destino dos vilões e, ainda, conta qual cena da novela, para ele, é a mais interessante.
-O melhor de tudo é que a novela fez um extraordinário sucesso, provando que o telespectador tem maturidade, inteligência e generosidade para encarar a realidade do nosso país, mesmo quando ela é amarga.
Leia a entrevista completa e fique por dentro do mundo de Vidas Opostas:
R7 – Em que você se inspirou para compor a trama de Vidas Opostas?
Marcílio Moraes - Desde que comecei a pensar a sinopse, eu quis romper com esse verdadeiro “tabu” das telenovelas, ou seja, decidi incorporar os excluídos no universo ficcional. Felizmente, contei com o ousado apoio da direção da Record e escrevi uma novela onde, só para dar um exemplo, metade dos personagens vive numa favela, onde a heroína é uma excluída social e onde a opressão que o povo sofre, tanto dos bandidos quanto da polícia, é claramente denunciada. O melhor de tudo é que a novela fez um extraordinário sucesso, provando que o telespectador tem maturidade, inteligência e generosidade para encarar a realidade do nosso país, mesmo quando ela é amarga.
R7 – O ator Marcelo Serrado é um dos maiores vilões da trama. Você se inspirou em algum personagem real para construí-lo?
Marcílio - Eu trabalho com a minha imaginação. Não costumo me inspirar diretamente em personagens reais. O delegado Nogueira, personagem com o qual o Marcelo Serrado pode mostrar todo o seu talento e que o elevou a um novo patamar na carreira, surgiu de várias fontes: notícias de jornal, livros que eu li, de reflexões minhas sobre a polícia e a realidade brasileira, tudo aquilo que eu conheço do modo de ser do nosso povo, etc. etc. Enfim, é um produto híbrido de imaginação e realidade. Acho que, com este personagem, consegui atingir algum traço que marca fundo o sentimento do espectador, se não, ele não teria feito tanto sucesso, perverso como é.
R7 -  Você tem alguma cena preferida? Qual foi a que mais te marcou em Vidas Opostas e por quê?
Marcílio - Mais que uma cena, prefiro dizer qual a seqüência de que mais gosto, ou o capítulo. É aquele em que Joana mobiliza o morro para salvar o namorado das mãos dos traficantes. E que culmina com a revolta da comunidade contra os bandidos, a morte do “chefe” do morro, Jeferson, e do policial que negociava com ele. É a partir desta situação que a novela se estrutura dramaticamente.
R7 – Ao final da trama, alguns vilões se dão bem e saem ilesos às punições que deveriam ser aplicadas a eles. O que determinou esta escolha?
Marcílio - Não é bem assim. Os grandes vilões, como o delegado Nogueira e o traficante Jacson são punidos, morrem.  Erínia, depois de matar o delegado, vai presa. Mário sai vivo, mas desmoralizado. De qualquer forma, quando escrevo, não me sinto obrigado a, no final, punir os maus e premiar os bons. Claro que o espectador torce por isso, mas a vida não funciona bem assim. Então faço uma média: nem tanto ao gosto do espectador, nem tanto ao modo da vida.
R7-A que você atribui o grande sucesso da novela na época e, o que você espera da reapresentação da trama?
Marcílio - A novela fez sucesso, antes de tudo, porque contava uma boa história, cheia de emoção, suspense, romantismo e surpresas, como é o gosto do público. É uma novela ousada, que foge do lugar comum, que incorpora no universo ficcional a parcela excluída da população, que não tem medo de denunciar a opressão dos poderosos, a corrupção policial e política. Sem dúvida nenhuma, abriu um caminho novo na teledramaturgia do país. Eu acredito que a novela tem potencial para, mais uma vez, fazer sucesso.

fonte: r7

Um comentário:

  1. essa novela foi muito boa, mostrou a realidade do mundo de hj.Já assisti e estou assistindo outra vez.
    Parabens por essa iniciativa.

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