CAPITULO: 01
ROSA TINHA ACABADO DE CHEGAR DA RUA, quando
tocaram a campainha. O que mais ela queria era um bom banho, depois de andar a tarde
inteira a procura de trabalho. Sua mãe o pai e sua irmã não estavam em casa, ma
sua mãe tinha deixado na geladeira uma deliciosa torta de frango com palmito.
Rosa estava com vinte e três anos. Era uma
moça linda, de pele clara e cabelos castanhos. Seus olhos eram verdes, feito
duas esmeraldas. Ela estava a dois meses desempregada, seu ultimo trabalho
havia sido em uma fabrica de cosméticos, como secretária. A campainha tocou
mais duas vezes, e ela foi abrir a porta, naquele dia 21 de dezembro de 2005,
semana de natal.
Ela se deparou com um rapaz alto, que
segurava uma caixa média de madeira nas mãos.
-- É você Rosa Contti?
-- Sim. O que deseja?
-- Mandaram lhe entregar isso. —Disse o homem
colocando a caixa nas mãos dela, e saiu correndo sem antes mesmo dela perguntar
o que era. Ela gritou por ele, porém ele dobrou a esquina e desapareceu.
Segurando a caixa com as duas mãos, Rosa entrou e fechou a porta com o pé. Quem
teria mandado aquela caixa? E o que tinha dentro dela? Sobre a tampa da caixa havia um papel colado, dizendo a seguinte
mensagem: “AS JÓIAS SÃO PARA ROSA”
Jóias? Rosa estremeceu! Que jóias? Só devia
ser brincadeira. Ela colocou a caixa sobre o sofá e levantou a tampa da tal, tendo uma surpresa agradável e ao mesmo tempo
assustadora! Dentro da caixa havia as mais lindas jóias: Esmeraldas, rubis,
brilhantes, topázio e outras mais. O coração de Rosa se acelerou quase a ponto
de sair pela boca! Os brilhos das jóias dentro da caixa ofuscavam os seus
olhos. Ela começou a andar pela sala, completamente sem saber o que fazer! Quem
teria mandado aquelas jóias? Por que mandaram para as suas mãos uma fortuna
daquelas? Rosa foi até a rua, para ver se via o homem que havia lhe entregue a caixa, mas não havia
nenhum sinal dele! Rosa começou a suar frio, ela quase entrou em pânico, mas
controlou-se! O que fazer? IR até a polícia e dizer que aquelas jóias foram
parar na porta de sua casa entregue por um homem que ela não sabia quem era! Com certeza eles
pensariam que ela havia roubado aquelas jóias, e ela poderia acabar sendo presa! Mas o que fazer com aquelas jóias? Onde
esconde-las?
CAPITULO: 02
O CAIXÃO BAIXOU A SEPULTURA sob um sol
escaldante que brilhava sobre São Paulo, naquele final de tarde. Todos que
estava presentes usavam óculos escuros, mas nenhum deles chorava pelo morto.
Um rapaz alto, de ombros largos e cabelos
loiros se afastou da multidão. Era um rapaz bonito, muito bonito de trinta
anos. O óculo escuro ocultava a cor dos seus olhos...
Uma moça também se afastou da multidão, indo
até ele.
-- Eu sinto muito pelo seu avô Greg !..
-- Mas eu acho Cristina, que ninguém da
minha família sente. Vejam todos eles: Um bando de ambiciosos, loucos para
colocarem as mãos na fortuna do velho.
Bruna Castelli, mãe de Greg Castelli,
tinha cinqüenta anos. Era uma mulher bonita, porém autoritária e perigosa.
Loira, de olhos azuis, ela já havia sido miss há muitos anos atrás.
Thales Castelli, marido de Bruna, filho de
Amadeu Castelli o que estava dentro do caixão, tinha um casamento com Bruna só
de aparências, o homem gostava mesmo era de mulheres mais jovens, e trocava de
mulher como se troca de roupa.
Rafael Castelli, filho de Thales e Bruna,
parecia ser o menos ambicioso da família. Rafael era dois anos mais novo que o
irmão Greg, era moreno como o pai, cabelos negros e olhos escuros.
Cláudio Castelli, o filho do meio de
Amadeu, era casado com Lorena, uma mulher também de caráter duvidoso. Eles
tinham dois filhos: Marcela e Mauro.
Nicole Castelli era a filha mais nova de
Amadeu. Estava com quarenta e oito anos, ela era casada pela segunda vez, com um
homem bem mais jovem que ela chamado Flávio Pontes.
-- Você também, Greg, você também é um
homem ambicioso e sei que está louco para colocar as mãos na grana de Amadeu.
Greg deu um sorriso.
-- Para nossa família, minha querida,
dinheiro nunca é demais. Por que você acha que a minha mãe sonha com o nosso
casamento? Ela quer unir a fortuna dos Castelli com a dos Fontana. E seu pai
também quer a mesma coisa.
-- E você foge do casamento, como o diabo
foge da cruz.—Disse Cristina.
-- Está para nascer a mulher, Cristina que
vai me fazer “enforcar”. Casamento é para o sentimental do meu irmão, ele sim é
um romântico e o único que se salva na nossa família, por isso ele tem nome de anjo.
—Disse Greg dando um leve sorriso.
-- Você usa todas as mulheres, Greg, e
depois, as dispensa como se fosse um trapo velho.
-- As mulheres nasceram para serem usadas,
Cristina, e muito bem usadas. E nessa parte, minha querida. —Disse ele com os
lábios bem próximos do ouvido dela.—Eu sei muito bem, como moldar, como dar
prazer a uma mulher! Estou mentido?
Cristina ficou com as faces avermelhadas,
diante daquele comentário. Afinal ela se lembrava muito bem como tinha sido a
sua primeira noite, Greg foi o primeiro homem na sua vida, ele dava preferência
pelas virgens.
-- Você realmente não presta, Greg.—Disse
ela com um leve sorriso, querendo se afastar, mas se forças, para fugir do
calor daquela boca, colada na sua orelha.
CAPITULO: 03
A NOITE JÁ HAVIA ENVOLVIDO SÃO PAULO... Rosa
estava calada na mesa do jantar.
-- Rosa, você está tão calada!—Falou Dimas,
seu pai. —Está assim por que não encontrou emprego?
Rosa deu um sorrisinho, pensando na caixa
com as jóias que ela havia escondido na laje da casa.
-- Você não precisa se preocupar, eu estou
trabalhando, eu seguro as despesas da casa..., isso sem falar que a sua mãe
está tendo uma boa cliente-la nas costuras... E a sua irmã Violeta conseguiu um
emprego em uma loja de roupas... Vai dar para ela pagar a faculdade
Violeta era dois anos mais nova que Rosa.
-- Rosa, queria voltar para a faculdade,
Dimas.—Disse Helena.—quanto mais rápido ela arrumar um emprego, mais rápido ela
volta para a faculdade.
Rosa desejava ser veterinária, mas nos
últimos dias, ela estava começando a desistir dos seus sonhos. Gente pobre para
se formar era um sufoco, parecia até que
o mundo era só dos ricos.
-- acho que vou para o meu quarto.—Disse
Rosa se levantando.
-- Mas você não tocou na comida, minha
filha.—Disse Helena.
-- Estou sem fome, mamãe, depois eu tomo um
copo de leite.
Depois que Rosa saiu da sala, o pai disse:
-- Essa menina não está bem.
Em seu quarto, Rosa andava de um lado para
o outro. Ela tinha uma fortuna em suas mãos, mas quem havia mandado aquelas
jóias? Quem? E por que para ela, por que para ela?
No dia seguinte, Rosa saiu cedo. Ela não
sabia que decisão tomar sobre as jóias. Ir até a policia seria muito arriscado,
eles nunca iriam acreditar que aquela fortuna em jóias tinha ido parar na sua
porta, pelas mãos de um homem que ela
não conhecia.
Rosa passou pela banca de seu Ramalho e
comprou um jornal. Talvez aquelas jóias tivessem sido roubadas, e o ladrão com
medo, houvesse passando aquela “bomba” para as mãos de outra pessoa. Rosa
começou procurar no jornal alguma notícia sobre o roubo de uma grande
quantidade de jóias... Mas o que ela viu na página seguinte, a deixou com a
boca seca e as pernas tremula. Lá estava a foto do homem que havia entregue a caixa com as jóias em sua casa,e ao lado a seguinte
manchete: “Homem e encontrado morto com dois tiros na cabeça, na cama de sua
casa. A polícia não suspeita quem foi, mas não descarta a possibilidade de ter
sido um crime passional”
-- Meu Deus, não pode ser!—Murmurou Rosa.
Agora ir a polícia estava realmente fora de cogitação!
O homem que havia deixado as jóias em sua casa tinha sido assassinado! E a
corda sempre arrebentava pelo lado mais fraco, e o lado mais fraco era o seu!
Por que aquele homem havia deixado aquela caixa de jóias na sua casa, por quê?
E O assassinato dele, teria alguma coisa a ver com as jóias?
Rosa começou a atravessar a avenida, sem
perceber o movimento de carros. O carro que vinha descendo, não estava em alta
velocidade, mas mesmo assim, não houve tempo para Rafael Castelli frear, o
carro atingiu Rosa!
CAPITULO: 04
TODOS OS MEMBROS DA FAMÍLIA CASTELLI, estavam
presentes na leitura do testamento, menos Rafael que naquele momento, acabava
de atropelar Rosa.
Amadeu Castelli era um homem muito rico, e
todos esperavam que seus bens fossem distribuídos para cada um deles!
-- Antes de começar a leitura do testamento,
devo informar a vocês, que todos os bens do senhor Amadeu Castelli, foram
vendidos por ele mesmo, e todo o dinheiro foi investido...
-- O que?—Interveio Nicole. —Você está
dizendo que o meu pai, se desfez de todos os bens? Que brincadeira é essa,
doutor Renato?
As vozes ficaram agitadas na sala. Greg
estava em um canto, com os seus belos olhos azuis fixos em cada um!
-- Só restou apenas a ilha com a mansão, até
essa casa aqui já foi vendida. A ilha o senhor Amadeu deixou para Rafael, que
por sinal não se encontra aqui..
-- Mas e o resto da fortuna? Você disse que
ele vendeu tudo e investiu... Investiu em que?—Perguntou Cláudio.
-- Em... Jóias!
-- O que? Em jóias?—Perguntaram todos ao
mesmo tempo.
-- Sim. Em jóias: Esmeraldas, rubins,
brilhantes e outras pedras preciosas. —Disse Doutor Renato.
-- Sim, mas e onde estão essas
jóias?—Perguntou Bruna—Temos direito a essas jóias.
-- Doutor Amadeu deixou bem claro no
testamento: As jóias não são para vocês, as jóias são para Rosa!
-- Rosa? Bruna arregalou os olhos. —Que
Rosa? Do que você está falando, Renato?
Todos ali estavam estupefatos! Todos faziam
perguntas, ficaram agitados, descontrolados!
Greg estava longe de todos, mas de onde
ele estava, dava para ele ouvir tudo que era falado. A fortuna de Amadeu
Castelli não ia para as mãos de sua família, e sim para uma mulher chamada
Rosa!
-- Amadeu foi bem claro, ele não queria
deixar nada para vocês, a não ser é claro a ilha para Rafael!
-- Claro, Rafael é único que se salva nessa família,
por isso vovô deixou alguma coisa para ele.—A voz de Marcela neta de Amadeu se
fez ouvir e todos se voltaram para ela.—Por que me olham desse jeito? Estão
cansados de saber que ninguém a não ser Rafael escapa nessa família, todos são Ambicioso,
só pensamos em
dinheiro. Rafael é o anjo dos Castelli...
-- Amadeu não queria deixar nada para vocês,
tanto que se desfez de tudo!—Voltou a falar o advogado Renato, e todos voltaram
suas atenções para ele. —E ele investiu tudo em jóias, e essa fortuna em jóias,
são para Rosa, isso está bem claro no testamento..
-- Mas quem é essa Rosa?—Greg praticamente
gritou do lugar em que ele estava.
-- Uma moça. —Respondeu o advogado.
-- Mas por que o meu pai deixaria uma
fortuna em jóias para uma moça chamada Rosa?—Perguntou Cláudio.
-- Sim! Por quê? Essa Rosa era amante
dele?—Perguntou Greg, já começando a ficar irritado também.
-- Não. HÁ cinco anos atrás, quando Amadeu
sofreu aquele acidente de carro, vocês, lembram? Rosa foi a doadora do sangue
que salvou-lhe a vida!
Todos começaram a rir naquele momento.
-- Mas isso não é motivo para o meu pai
doar uma fortuna em jóias para uma morta de fome!—Disse Nicole.
-- Para Amadeu foi, era final de ano,
ninguém de vocês estavam no Brasil, Amadeu quase morreu, se não fosse por Rosa,
ele teria morrido. Mas ela não doou só o seu sangue, ela doou o seu amor, um
amor de neta, ou de filha, ela que se arriscou a tirá-lo das ferragens daquele
carro que ameaçava explodir, ela salvou a vida dele duas vezes: quando o tirou
daquele carro, e depois quando doou o seu sangue para ele. Para Amadeu isso foi
mais que suficiente para torná-la sua única herdeira. Depois que Amadeu teve
alta, Rosa nunca mais voltou a vê-lo, mas ela nem imaginava que Amadeu já tinha
mandado levantar toda a sua ficha, descobrindo seu endereço, quem era seus
pais, e tudo mais. Portanto eu devo informar a vocês, que as jóias já estão nas
mãos de Rosa, Amadeu mandou entregar a ela um pouco antes de morrer!
CAPITULO: 05
ROSA FOI LEVADA DE AMBULÂNCIA PARA O
HOSPITAL. Rafael Castelli a seguiu com o seu carro. Rosa foi atendida
imediatamente, pois Rafael a mandou para um dos melhores hospitais da cidade.
Rosa que tinha desmaiado devido ao impacto, voltou a si pouco depois.
Ferimentos externos não havia nenhum, agora internos, estava sendo feito os
devidos exames para saber.
Depois que Rosa passou por todos os exames
necessários e foi levada para o quarto, Rafael decidiu vê-la.
-- Olá! Rosa?—Rosa fixou seus olhos no
homem bonito, parado no vão da porta.
-- Quem é você?
-- A pessoa que te atropelou... Desculpe
você atravessou a rua sem olhar...
-- Tudo bem, eu sei que a culpada foi
eu... Estava distraída, não prestei atenção.... Qual é o seu nome?
-- Rafael... Está tudo realmente bem com
você? Eu conversei com o médico, e não deram nada nos exames, você deve ficar
aqui apenas uma noite para observação...
Rafael era muito educado, e Rosa percebeu
isso. Sorrio para ele, ele tinha cara de ser um verdadeiro cavalheiro.
-- Esse hospital deve ser muito caro...
-- Não se preocupe é tudo por minha conta. —Disse
ele.
-- Preciso avisar a minha família...
-- Não se preocupe eu já avisei, peguei em
seu celular o numero da ultima ligação recebida, e era o celular de sua irmã,
eles devem estar chegando por ai...
-- Obrigada.
Rafael pegou nas mãos dela, segurando-a
entre as suas. Mas as soltou imediatamente, quando uma mãe , um pai e uma irmã
apavorada invadiram o quarto: Helena, Dimas e Violeta.
Rafael se afastou da cama, dando lugar para
eles se aproximarem. Antes de olhar para a irmã, o olhar de Violeta cruzou com
o dele.
Ele deixou o quarto e o hospital...
A escuridão envolveu São Paulo... Depois
do jantar, todos da família Castelli resolveram fazer uma reunião. Rafael que
tinha chegado a poucos minutos teve que participar e ficou a par da fortuna em
jóias que Amadeu deixou para uma tal de Rosa... E ficou sabendo também que ele
tinha sido o único da família que havia herdado alguma coisa.
-- Rosa... ? Que coincidência, hoje eu
atropelei uma moça chamada Rosa, por isso fiquei o dia inteiro fora. Mas o que
não falta nesse mundo são mulheres com esse nome.
-- Rosa Contti, a usurpadora é Rosa
Contti!—Disse Greg, deixando Rafael pálido, que se disfarçou muito bem, dizendo
que estava com dor de cabeça e que precisava subir para o quarto. —O que deu
nele? Ele não esta nem ai por termos perdido a fortuna do vovô.
-- Ele pelo menos ficou com a ilha. —Disse Mauro.
—Ele sempre foi o preferido do vovô. Vovô não podia ter feito isso com a gente!
-- Essa traição do papai vai nos custar
caro, vocês sabem muito bem. —Declarou Cláudio. —A gente contava com a grana do
velho quando ele morresse, por isso fomos empurrado as dívidas da fabrica
durante esses anos, mas agora, agora estamos perdidos, sem a herança do papai,
seremos obrigado a pedir falência!
-- Mas é tão sério assim?—Indagou Greg surpreso.
—Nunca me falaram nada a respeito disso.
-- Para que falar? Você só se importava em
deflorar garotas virgens e andar a toa...—Disse Thales, o pai dele.
-- Acho que puxei ao senhor, não
papai?—Falou Greg provocando-o
-- Já é hora de você colocar juízo nessa
sua cabeça, Greg, você já tem trinta anos, até quando vai se comportar como um
garoto! Vamos perder tudo e não temos a fortuna do seu avô. Uma morta de fome
ficou com tudo, com tudo!—Disse Bruna.
Thales, Cláudio e Nicolle eram donos de
uma fabrica de chocolates. A empresa andava mau das pernas, mas eles tinham a
esperança de reergue-la, quando Amadeu morresse e eles colocassem as mãos na
fortuna.
-- Se depender de mim, mamãe, essa
pobretona não vai ficar com as jóias!—Disse Greg determinado. Todos naquele
momento olhavam para ele.
-- È? E o que pensa em fazer?—Perguntou
Bruna orgulhosa do filho.
-- Vou seduzir essa Rosa, vou arrancar com
carinho cada pétala, ela vai entrar na minha, vou trazer essas jóias para nos,
que por sinal é nossa por direito. Mas prestem atenção: Rafael não pode saber
disso, senão o anjo da família é capaz de estragar tudo!
CAPITULO : 06
ROSA ESTAVA SE PREPARANDO para deixar o
hospital, pois havia tido alta, quando bateram na porta. Eram oito horas da
manhã, Helena a mãe dela estava com ela.
-- Entre. —Falou Helena.
Rafael entrou com um buquê de rosas nas mãos
e sorrindo. Helena cumprimentou-o, pediu licença e saiu, deixando-os sozinhos.
-- Que bom que está deixando este luar. —Disse
ele, entregando o buquê de rosas a ela.—São para você, Rosa.
-- Obrigada, Rafael, você é muito gentil. —Pois
é, estou dando o fora, graças a Deus foi um só um susto, não foi nada sério...
-- Olha, já acertei a conta, não precisa se
preocupar. Será que eu posso levar você para a casa?—Perguntou ele meio
acanhado.
-- Eu
não queria dar trabalho...
-- Não é trabalho algum...
Durante aquela noite passada no hospital,
Rosa não havia conseguido dormir. Pensou a noite toda nas jóias, e no
assassinato do homem que as entregou.
Rosa despediu de Rafael na porta de sua
casa com um aperto de mão.
No quarto, enquanto se despia para tomar um
banho, Violeta comentou.
-- Rafael é um cara muito bonito, você não acha,
Rosa?
-- Sim. É um homem bonito, educado, fino...
-- Parece que ele ficou encantado por você.
—Disse Violeta.
-- Bobagem, Violeta, ele apenas foi
educado, gentil... E a culpa por ter sido atropelada, foi minha, atravessei a
rua sem olhar, e ainda por cima fora da faixa...
Rosa entrou no banheiro, e deixou que a
água do chuveiro caísse sobre o seu corpo. Será que alguma dia ela iria se
apaixonar? Pretendentes não faltavam, mas nenhum lhe despertava a chama da
paixão. Violeta estava louca quando disse que Rafael tinha ficado encantado por
ela! Imagina um bonitão daqueles, fino, educado e rico, se apaixonar por uma
pobretona como ela! Nunca! Ela sorri dentro do banheiro, por tamanho absurdo.
Rosa estava sozinha em casa, pouco depois
do almoço, quando o telefone tocou.
-- Pronto...
-- Falo com Rosa Contti?—Perguntou a voz de
homem do outro lado da linha.
-- Sim. É ela. Quem está falando?
-- Doutor Renato Peterson... Sou Advogado
de Amadeu Castelli, e preciso me encontrar com você, que tal um almoço, logo
mais a noite?—Perguntou Renato, afrouxando o nô da gravata, no sofá de sua
sala.
-- Desculpe, mas eu não conheço o senhor,
e tão pouco esse tal Amadeu Castelli...
-- Não lembra de Amadeu Castelli? Tem
certeza? Faça uma forcinha... A cinco
anos atrás... Um homem que você salvou-lhe a vida, tirando-o de um carro que
estava a ponto de explodir, e depois novamente salvou-lhe a vida, doando o seu sangue...
-- Ah... Sim, claro. Você falando, agora
eu me lembro, mas isso já tem cinco anos, depois nunca mais voltamos a nos ver,
eu tinha até me esquecido...
--
Mas Amadeu Castelli não esquece daquele que lhe ajuda, e tão pouco salva lhe a
vida.
-- Como ele está?
-- Ele... Ele morreu há dois dias...
Rosa ficou triste.
-- Que pena... Nossa, eu sinto muito. O
Senhor me ligou para comunicar a sua morte? Obrigada...
-- Não. Eu não lhe liguei só para
comunicar lhe a sua morte. Eu liguei porque... Você deve estar preocupada com
uma coisa, deve estar imaginando quem... Mandou-lhe aquela fortuna em... Jóias.
O coração de Rosa disparou.
-- Jóias?
-- AS jóias são para Rosa. Foi o senhor
Amadeu que as mandou, Rosa, as jóias são para você e é por isso que
precisamos conversar...
-- Não! Eu não vou me encontrar com o
senhor! Como eu posso confiar no senhor? Ontem, eu vi os jornais, o homem que
me entregou as jóias, foi assassinado! Assassinado!
-- E é sobre isso também que vamos
conversar, Rosa, você precisa tomar cuidado com a família Castelli, ninguém lá
vale nada, exceto uma pessoa: Rafael Castelli, que é um dos neto de Amadeu. A
gente precisa se encontrar, Rosa, o mais rápido possível, se você quer vencer
essas pessoas, precisa confiar em mim!
CAPITULO: 07
O ENDEREÇO ERA AQUELE. ERA O RESTAURANTE
onde Rosa ia jantar com o tal advogado.
Renato recebeu Rosa com um sorriso, puxando
a cadeira para ela se sentar.
Ela usava um vestido azul, e os cabelos
soltos, estava bonito, ela estava um
pouco tremula.
-- Aceita beber alguma coisa, antes de
fazermos o pedido?—Perguntou Renato.
Renato tinha trinta e dois anos. Tinha olhos
verdes, cabelos castanhos claro, era um homem bonito, e solteiro.
-- água, por favor. —Renato fez um sinal pra
o garçom este se aproximou, e ele pediu a água. Depois que o garçom se afastou,
ele disse: De mim você não precisa ter medo, Rosa, e sim, da família de Amadeu,
exceto o Rafael... É claro...
-- Olha, Doutor Renato, eu quero é devolver
aquelas jóias, eu não as quero! Eu não entendo porque o senhor Amadeu fez isso
comigo! Eu fiquei apavorada, assustada, quando abri aquela caixa e vi aquela
fortuna em jóias. E
fiquei mais assustada ainda, quando li no jornal sobre o assassinato do homem
que as entregou.
-- Calma, Rosa, você precisa manter a calma.
Amadeu deixou todas aquelas jóias para você, porque ele quis... Você é
praticamente a única herdeira dele... Ele vendeu tudo que tinha, exceto a ilha
que ele deixou para Rafael, o seu neto predileto.
-- Eu não estou entendo uma coisa: Você me
disse que ninguém presta nesta família, exceto o tal de Rafael... Então por que
ele não deixou as jóias para ele?
-- Porque ele queria deixar as jóias para
você... Era uma vontade dele... A ilha que ele deixou para Rafael vale uma boa
grana, claro que não se compara a fortuna em jóias que ele deixou para você...
-- Mas eu não posso aceitar essas jóias,
Doutor Renato, eu não posso! O senhor Amadeu não devia ter feito isso. Um homem
morreu, e com certeza foi por causa dessas jóias. Quem era o homem que me
entregou as jóias?
-- Era Edgar, chofer de Amadeu. —Renato e
Rosa ficaram em silêncio, assim que o garçom se aproximou com a água. Depois
que ele se afastou, Renato voltou a falar. —Eu não posso garantir que Edgar
morreu por causa das jóias...
-- Assim como também não pode garantir que
não foi por causa das jóias. —Disse ela bebendo um pouco de água.
-- Você... colocou as jóias no banco?
-- Não. Eu não vou ficar com elas. Eu vou
devolvê-las a quem elas realmente pertencem que é a família do senhor Amadeu.
-- AS jóias são suas, Rosas, suas! Trate de
colocá-las o mais rápido possível no banco.
-- Elas estão na laje da minha casa, sob o telhado.
—Disse ela.
-- O que? Você deixou uma fortuna na laje de
sua casa? Olha, por favor, não entregue aquelas jóias a família Castelli, pode
ter certeza que eles não as merece.
-- Rafael então, você disse que ele é o
único bom da família, eu entrego a ele...
-- Não, Rosa, não! Você não vai fazer isso!
Renato deixou Rosa em casa, e assim que
ele entrou em seu apartamento, ele fez uma ligação.
-- Oi, sou eu... Preciso dos seus
serviços. Venha até aqui, eu lhe direi o que quero que faça!
Meia hora depois a campainha tocou. Ele
abriu a porta e um rapaz negro, chamado
Sandro entrou.
-- Doutor Renato, tudo bem?
-- Sim, Sandro, preciso de um serviço seu.
Espere um momento. —Renato foi para o interior do apartamento e voltou com uma
caixa média de madeira. Entregou-a a Sandro:- - Abra.
Sandro abriu a caixa e ficou surpreso ao
ver um monte de jóias.
-- São jóias! Meu Deus, o que significa
isso? Renato, o que você quer que eu faça?
-- Essas jóias são falsas. Mas há uma caixa
idêntica a essas, com jóias verdadeiras iguais a essas, na laje de uma casa.
-- Mas qual o idiota que colocaria uma
fortuna em jóias, na laje de uma casa?
-- Uma moça ingênua, fácil de ser enganada.
Sandro, eu confio muito em você, por isso, eu escolhi você para fazer o
serviço: Quero que pegue a caixa com as jóias verdadeiras, e deixe essas jóias
falsas no lugar!
No dia seguinte, pela manhã, Renato recebeu
pelas mãos de Sandro, a caixa com as verdadeiras jóias... Na laje da casa de
Rosa, sob o telhado, ficou a caixa com as jóias falsas...
-- Fez um excelente serviço, Sandro, um
excelente serviço!
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