Narjara Turetta voltou para a mesma penúria dos dias em que precisou vender água de coco para sobreviver (em 2002).
Sem contrato na televisão e morando de aluguel (sua renda vem de aulas de interpretação na CAL e trabalhos de dublagem comofreelancer), a atriz internou sua mãe num hospital público da Zona Sul do Rio esta semana por causa de complicações da diabetes.
- Liguei para os bombeiros quando ela caiu e não conseguia mais se levantar do chão do banheiro por causa de fraqueza nas pernas. No (hospital) Miguel Couto, ela passou um dia inteiro numa maca gelada, sem colchão, antes de ficar internada na enfermaria com outros cinco pacientes. Não posso pagar um plano de saúde nem para ela, nem para mim - diz ela, que já está em casa com a mãe.
Narjara conta que a última vez que teve um plano de saúde foi em 1998, época em que estava contratada pela Globo.
- Já fiquei praticamente dez anos sem ir ao médico. Fica aqui meu protesto contra os convênios que não podem ser estendidos aos pais, só para maridos, filhos ou parceiros.
Filha única, a atriz diz que foi "salva" pelos amigos.
- Liguei para Glorinha (Pires) e ela mandou travesseiro, meias, roupão, edredom. Ela nunca me deixou na mão. De vez em quando, grito pedindo ajuda.
Mesmo devendo ao banco, Narjara diz que não pede dinheiro emprestado aos amigos.
- Fiz empréstimos para pagar o aluguel na época da água de coco e os juros foram batendo. Hoje devo uns R$ 50 mil. Vou deixando rolar. Devo estar no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). De vez em quando, mandam uma proposta para liquidar a dívida para eu pagar 'só' R$ 26 mil. Mas de onde vou tirar? Devo, não nego, pago quando puder - diz ela, sempre com bom humor.
Longe das novelas desde "Salve Jorge" (2013), Narjara gravou em junho uma participação no "Zorra total" e diz estar esperançosa de que surgirão oportunidades na televisão.
- Soube que havia uma possibilidade em 'Império', mas não aconteceu. Quero trabalhar. Se eu esquentar, me jogo da janela. A gente tem que rir. Ter amigos é mais importante do que ter dinheiro.
A carrocinha de água de coco continua estacionada na garagem de seu prédio, na Zona Sul do Rio. Mas voltar para a rua como vendedora ambulante não está em seus planos.
- Já pensei em alugar para festas, mas teria que contratar alguém, e difícil. E tem o rapa (fiscalização da prefeitura)... Vou me virando como todo brasileiro.
FONTE: PATRICIA KOGUT
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