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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Novela “Despedida de Casado” foi proibida de ir ao ar depois de 20 capítulos gravados

novela Despedida de Casado (Foto: reprodução globo news)
Em 31 de março de 1964, os militares tomaram o poder e o Brasil país passou a ser controlado por uma ditadura que parecia não ter fim. O controle e a censura impostos à imprensa, cinema, teatro, música e cultura em geral fazem parte de um capítulo delicado e importante da história do Brasil. O objetivo era sempre o mesmo: manipular a informação. Havia motivação política, mas também razões subjetivas, como os “bons costumes”. Cenas de violência, sexo e drogas e conteúdo político eram os alvos preferidos da Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP).
O Arquivo N resgatou intervenções da censura em filmes, novelas e peças de teatro. Veja em vídeo cenas de novelas da TV Globo censuradas, como a primeira versão de “Roque Santeiro” e “Despedida de Casado”. A última, com Regina Duarte eAntônio Fagundes, foi totalmente vetada para o horário de 22h, em 1976, depois de ter os 20 primeiros capítulos liberados e chamadas no ar. A alegação era que o texto pregava a dissolução do casamento, o amor livre, a separação da família e as brigas entre gerações.
A versão de "Roque Santeiro" que todos conhecem só foi ao ar dez anos depois da primeira versão, que foi censurada em 1975. Temas como adultério e infelicidade conjugal eram imperdoáveis pela censura. “O artista se alimenta de liberdade. Toda uma geração de escritores e artistas foi castrada”, lamentou o dramaturgo Dias Gomes, em 1985.
O programa também ouviu o artista gráfico Elifas Andreato, criador de capas de discos, jornais, revistas e cartazes de peças teatrais, e também historiadores do Arquivo Nacional. O número é impressionante: 20 mil letras receberam veto total ou parcial da censura. Chico Buarque, Caetano Veloso, Ivan Lins, Roberto e Erasmo Carlos são alguns dos artistas que tiveram músicas censuradas. No caso dos dois últimos, foram canções inteiramente vetadas. Em 1977, Chico Buarque considerava a censura uma instituição medieval.
Arnaldo Jabor contou ao Jornal Nacional, em 2003, que os cineastas eram tratados como malfeitores, e eles tinham que inventar macetes para seus filmes não serem barrados pela censura. Ele revela que optava por entrar na sala de exibição junto com os militares e os distraía durante as cenas que poderiam ser proibidas.
 FONTE: GLOBO NEWS

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