A festa começou a “esquentar” mesmo depois que
passou da meia noite. Dimas tinha acabado de chegar. Era um rapaz alto,
bonitão, que estava sempre “pegando” todas as jovens que ele desejava. Naquela
noite a escolhida foi uma loira, não muito alta, que estava em um canto, que
parecia meio triste, sem nenhum animo para ir para uma pista de dança. Ele não
deixaria aquela escapar, era uma delicia perfeita para o seu prato noturno.
Sorrindo, ele foi com o seu 1.80 de altura ate ela.
Os olhos verdes dele também sorriam
maliciosamente.
-- Aceita dançar comigo, gata
triste?
-- Desculpe, eu nem sei como vim
parar aqui! Hoje a minha noite não é para festa.—Ela usava um batom vermelho, mas
dava para notar a tristeza naqueles olhos azuis.—Na verdade, eu não queria
estar aqui. Mas onde eu moro está tão quente, aqui pelo menos ter ar
condicionado.
Dimas deu um sorriso e colocou a
mão sobre o ombro dela.
-- Você é muito bonita. Quando eu
olho para você, lembro-me de cama.
-- Você está com sono?
-- Não, meu bem, eu me lembro da
cama para outra coisa.
-- Desculpe, mas eu não sou esse
tipo de moça.
-- Será que não rola nenhum beijo?
Essa boca avermelhada sua me deixou com vontade de dar um beijo.
-- Não sei se você reparou mas
ainda não nos apresentamos.
-- Se for por causa disso eu me
apresento agora: Dimas ao seu dispor na cama.
Pela primeira vez, ela deu uma
risada.
-- Laura... Chamo-me Laura.
-- Pronto, agora podemos nos
beijar.—Disse ele tentando puxa-la para os braços para beija-la.
-- Calma.—Falou ela olhando para os
outros que dançavam, e depois se afastou de Dimas. Mas ele avançou para cima
dela e roubou lhe um beijo.—Taradinho!—Disse ela.—Se quer o resto vai ter que
me levar em casa.
-- Te levo até no inferno se você quiser.
-- É para lá mesmo que vamos. —Disse
ela sorrindo.
-- É engraçadinha também, além de
linda. Vamos, minha querida para o inferno.
Saíram de mãos dadas da festa, uma lua cheia prateava o céu. Já estavam andando durante meia
hora, quando ele perguntou:
-- Falta muito para chegar à sua
casa?
-- Não, já estamos chegando...
Andaram mais dez minutos, então ela
disse:
-- Pronto, chegamos!
Ele olhou para todos os lados.
-- Mas aqui não tem casa nenhuma,
só tem esse cemitério!
-- É aqui mesmo, chegamos na minha
casa!
Um arrepio percorreu o corpo de Dimas
de cima em baixo...
-- Que brincadeira é essa? No
cemitério só tem gente morta!
Então ela deu uma gargalhada,, e
houve um estouro naquele momento, ela ficou no meio de uma nuvem de fumaça, com
cheiro de enxofre! E quando a fumaça se dissipou, ele não viu mais a moça linda
e sim um ser horroroso, com chifres e escamas de peixe!
-- Você ainda quer ir para o inferno
comigo?
Dimas estava sem fala, ele queria
correr, gritar, porém não tinha forças...
O ser horroroso estendeu a mão para
ele, mas Dimas conseguiu balançar a cabeça negativamente e então conseguiu
correr.... Dimas saiu correndo desesperado, e não percebeu quando pulou na
frente do caminhão. O impacto foi fatal, o corpo de Dimas foi arremessado para
longe.
O motorista do caminhão parou,
desceu com as mãos na cabeça, gritando que não havia tido culpa. Mas quando ele
chegou até o lugar onde Dimas havia caído, não havia nenhum corpo lá... Apenas
o sangue, muito sangue...
Lopes Marinho
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