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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

CRÍTICA: ‘A vida da gente’ tem trama bem amarrada e promissora

É dura a missão de suceder a “Cordel encantado”, um dos maiores sucessos da faixa das 18h nos últimos anos. Mas “A vida da gente”, ao não entrar na disputa na categoria luxo e originalidade, e ao sintonizar no bom e velho drama realista, se deu muito bem. A novela de Lícia Manzo, com direção-geral de Jayme Monjardim e Fabrício Mamberti, faz jus ao título. O enredo retrata dramas frequentes sem banalizá-los, com sensibilidade e acabamento visual.
Lícia não foi pupila de Manoel Carlos, mas seu trabalho já foi elogiado por ele et pour cause. Autora da minissérie “Tudo novo de novo”, ela tem, como Maneco, entre os temas favoritos a família, o cotidiano e os conflitos de dentro de casa. No primeiro capítulo, a família central se desfez depois que Eva (Ana Beatriz Nogueira) flagrou o marido, Jonas (Paulo Betti), com outra. Paralelamente, o filho dele, Rodrigo (Rafael Cardoso), se envolveu com a filha preferida dela, Ana (Fernanda Vasconcellos). Campeã de tênis, a moça é tiranizada pela treinadora, Vitória (Gisele Fróes), e empurrada para as quadras pela própria mãe. Este é outro ponto importante da história, que, no geral, se mostrou bem amarrada e promissora.
A fotografia de “A vida da gente” é de primeira e ninguém esperava menos de Monjardim, fotógrafo de formação. Nesta primeira semana, vimos lindas sequências no Sul, já que a trama é ambientada em Porto Alegre, um cenário pouco explorado pela TV. Os desempenhos de Ana Beatriz Nogueira, Marjorie Estiano, Paulo Betti, Regiane Alves e Gisele Fróes foram os destaques absolutos desses capítulos iniciais. Fernanda Vasconcellos e Rafael Cardoso ainda podem crescer, mas não fizeram feio.
Houve algumas derrapadas da direção. São exageros dramáticos que merecem afinação com a pegada realista do texto. Quando apareceu felicíssima, Ana estava chorando. É um sinal invertido, estranho, não faz sentido. Além disso, no primeiro capítulo, o casal jovem principal surgiu seminu num rio aparentemente gelado (nas cenas anteriores todos os personagens estavam encasacados). Difícil acreditar no ar relaxado dos dois. É melhor privilegiar sempre a história. Ela tem todos os ingredientes para fazer com que o público se sinta identificado. Porém, para ganhar credibilidade, pede lógica.

FONTE: PATRICIA KOGUT

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