O som da sirene do carro
policial estava cada vez mais perto.
Inesperadamente ouço
passos e quando me viro, sou surpreendida pela presença de um homem ali na
cozinha.
Avanço em direção a uma
faca, mas ele me segura antes que eu a alcance. Tento me libertar, mas ele
passa os seus braços fortes em mim, me arrastando para a porta, que dava para
os fundos, para o mato, que levava a floresta.
-- Quer fazer o favor
de parar de se debater?
-- Quem é você?
-- Apenas uma pessoa,
que não quer que você volte para a cadeia. A gente precisa correr, ou eles vão
pegar você!
Eu ainda não tinha
visto o rosto inteiro daquele homem, apenas ouvia a sua voz, e pude sentir as
forças dos seus braços, quando me tirou da casa.
A voz forte, máscula,
dizia que precisávamos correr!
Os latidos dos
cachorros chegaram até nós.
Agora ele apenas
segurava em meu braço, e pude perceber que ele era alto e loiro.
-- Eles estão vindo,
Antonella!
-- Como você sabe o meu
nome?
-- Não importa como eu
sei o seu nome, porra! Temos que fugir! --Eu não vou sair daqui, enquanto você não
me disser como sabe o meu nome!
-- Vai sair sim.
O homem me pegou, e me
jogou por sobre os seus ombros, como seu fosse um saco de batatas.
Ele começou a correr
comigo, com o latido dos cachorros cada vez mais próximo.
O danado era forte, pois
eu não era tão maneira assim. Ele avançava pela floresta comigo, como se
estivesse carregado uma pluma.
Eu estava de cabeça
para baixo em seus ombros, mas dava ver o facho de luz das lanternas dos
policiais por entre as árvores.
Quando chegamos à estrada,
ele me colocou no chão, perto de um carro.
-- Como deu trabalho, mia cara! Entra no carro!
-- Não!
-- Entra no carro!
Deixa de ser pirracenta!
Ele começou a andar em
volta de mim, me deixando ainda mais assustada e perturbada.
-- Não faça perguntas e
entre na porra do carro!
Ele avançou para cima
de mim, pressionando o meu corpo contra o carro. Senti a extensão do seu corpo,
enquanto e o seu rosto começava a se aproximar do meu.
Vi naquele momento a
cor dos seus olhos que eram azuis.
Parecia que ele ia me
beijar, pois os seus lábios, já estavam muito próximos dos meus.
Quando percebi o que
ele realmente desejava fazer, era tarde demais, ele já cravava a agulha em meu
pescoço, e eu fui perdendo os sentidos pouco a pouco em seus braços.
-- Essa era a última
coisa que eu queria fazer, não me deu outra escolha.
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